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Aposentadoria, vitalidade, Santa Cruz e Sport: confira exclusiva com lateral Vitor

Veterano falou ainda de amizade com Durval e fez boa autoavaliação da carreira após ter deixado Sertão de Alagoas para se tornar jogador profissional

postado em 24/03/2017 07:40 / atualizado em 24/03/2017 07:40

Ricardo Fernandes/DP
Poucos atletas foram titulares em todas as partidas do Santa Cruz em 2017. Grupo seleto formado pelo goleiro Julio Cesar, pelo volante David, além do lateral-direito Vitor. Esse último, conciliando obrigações defensivas e ofensivas numa das funções mais desgastantes do time. Parte do elenco sente a sequência da temporada e obriga o técnico Vinícius Eutrópio a poupá-los - como fará no próximo Clássico das Multidões. Mas o veterano Vitor não pensa em deixar a equipe. Substituído apenas uma vez no ano, tem fome de bola. Em entrevista exclusiva ao Superesportes, o jogador revelou o segredo da sua vitalidade, falou sobre aposentadoria e lembrou da sua passagem pelo Sport, que lhe rendeu uma parceria duradoura com o zagueiro Durval.

Pronto para jogar o clássico

Sob a alegação de resguardar os titulares para a Copa do Nordeste, Eutrópio sinalizou uma escalação reserva no Santa para o clássico do próximo domingo contra o Sport, pelo Estadual. Vitor assegura que não está cansado. A depender dele, está pronto para atuar na Ilha do Retiro. "Eu estou me sentindo bem, mas vou respeitar o que o Vinícius vai decidir", disse.

Mas qual o porquê deste bom condicionamento? Vitor conta que tem sido o somatório de alimentação, noites bem dormidas e treinamentos pesados. Cotidiano que adota desde o começo da carreira. "O que eu falo sempre para os meninos mais jovens é para não se preparar só quando chegar a certa idade. Sempre me cuidei, não é de hoje. Começando a se cuidar agora, vai alongar muito a carreira. Sempre me dediquei aos treinos, me alimentei e descansei bem", contou o capitão tricolor. "O pessoal fala até que eu estou velho. Dá 10h30, já estou dormindo e ainda acordo tarde", emendou, aos risos.

Aposentadoria

Vitor, no entanto, não sabe até quando vai suportar a rotina de um atleta de alto nível. Não nega que pensa em pendurar as chuteiras em breve. "Vou fazer 35 anos. Falar que não pensei em aposentadoria é mentira. Ela está próxima. Eu não planejei para quando vai ser. Não tenho ideia. Acho que meu corpo ainda responde bem. Estou suportando uma carga pesada e vou alongar essa minha carreira até onde o corpo aguentar."

Projetos para a vida longe dos gramados ainda inexistem. Vitor nutre apenas uma ideia para não abandonar de vez o futebol. "Tenho vontade de revelar alguns talentos, abrir uma escolinha e ir evoluindo os meninos para colocá-los em clubes", previu.

Futebol e gratidão

A paixão pelo futebol não é à toa. Foi graças ao esporte que o lateral deixou uma vida sacrificada no Sertão de Alagoas para alcançar clubes grandes do Brasil, a exemplo de Cruzeiro e Palemeiras."Sai de Delmiro Gouveia e fui morar logo cedo na zona rural, num povoado bem pequeno chamado Alto Novo. Para muitos, o que conquistei pode ser pouco, pode não ser nada. Para mim, é muito significativo", pontuou, orgulhoso.

Torcedor declarado dois goianos Crac e Goiás, onde deu os primeiros passos como jogador após sair do Nordeste, Vitor afirma que mantém um "carinho especial" também pelo Santa Cruz. Afinal, no Tricolor conseguiu um acesso, um título Pernambucano e uma Copa do Nordeste, ou seja, metade das conquistas de sua carreira.

Ricardo Fernandes/DP

Sport e Durval

Entre 2014 e 2015, o jogador defendeu o hoje rival Sport. Era alvo de críticas (assim como chegou a ser também no Santa Cruz). Mas, ao ter contrato encerrado, não foi procurado para uma renovação e começou a vida no Arruda. Ressentimentos do Rubro-negro não guarda. "Saí tranquilo do Sport. Não tenho nada de mágoa. No tempo que vivi lá me trataram muito bem, cumpriram todo o promertido. O meu contrato acabou e tiveram opção de não renovar. Não tem problema algum. Isso é normal em todo clube", julgou.

Se deixou a Ilha contestado e sem títulos, no Sport fez uma amizade duradoura com Durval, até hoje no Sport. Não é fácil imaginar uma conversa com muitas delongas entre os dois "caladões". Mal se veem para trocar uma ideia, é verdade. Vitor, porém, garante que a "resenha" com o zagueiro rubro-negro é boa quando ambos têm a oportunidade de se enconrar.

O último encontro foi no primeiro clássico do Pernambucano, no Arruda. Apimentado pelas declarações polêmicas de Everton Felipe, o jogo foi marcado por entradas violentas, confusões e bate-boca entre quase os jogadores tricolores e rubro-negros. Vitor e Durval estavam alheios àquele clima inflamado. Trocavam petelecos um com o outro, cochichavam, sorriam. O motivo de tanta brincadeira, Vitor "não pode falar". Prefere prever um novo "duelo" com o amigo no domigo. "Trabalhei com Durval e a gente fez amizade boa. A gente não conversa muito. Fora de campo é difícil de se encontrar, mas a gente se dá muito bem e existe um carinho de um para o outro."