MISTERCHIP

Da paixão pela Espanha, um banco de dados sobre futebol para 1 milhão de pessoas

Sensação no twitter, Alexis Martín, ou "MisterChip", esteve no Maracanã

postado em 18/06/2014 20:52 / atualizado em 18/06/2014 21:11

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press
 

Cassio Zirpoli
Enviado especial

Rio de Janeiro - O seu perfil no twitter tem quase um milhão de seguidores. Eram 983.902 até a publicação desta matéria. Um número exato para perfilar alguém que só vive através dos dados esportivos. Alexis Martín-Tamayo, jornalista espanhol de 40 anos, começou a ficar famoso na rede social há quatro anos, através da conta @2010MisterChip. Durante a campanha da Espanha no Mundial da África do Sul, ele usou o microblog para derramar estatísticas sobre a competição. Dos mais variados tipos. Algumas situações eram extremas, como "há quanto tempo não se marcava um gol de perna esquerda dentro da área faltando 15 minutos". A descrição do twitter é clara, com "os segredos e a magia do futebol revelados".

Cobrindo a Copa do Mundo mais uma vez, agora no Brasil, Alexis veio ao país como comentarista da rádio Once Cero - ele também trabalha para o jornal Diario AS e para o site ESPN. Antes restritos à Espanha, os seguidores se espalharam por todo o mundo, inclusive no Brasil, sobretudo pela crescente popularidade de Real Madrid e Barcelona. "Tenho o twitter há quatro anos e ele não para de crescer. É algo que me dá satisfação ver tantas pessoas gostarem disso no futebol também", disse em entrevista ao Superesportes, antes da partida entre Espanha e Chile, no Maracanã.

A fissura por números relacionados ao futebol começou em 1982, na Copa do Mundo realizada em seu país. Paixão involuntária. "Começou quando eu tinha 9 anos. Fui vendo o Mundial da Espanha e anotando números de todos os jogos. Coisa de criança, mas continuei até hoje", relembrou. Ele preencheu inúmeros cadernos até começar a transferir os dados para disquetes, cd-rom, pen drive, hd externo etc. Sempre seguindo a tecnologia.

Em sua casa na Espanha, dispõe de todo o material digitalizado. Conta também com um banco de dados instantâneo, que vem auxiliando-o no acompanhamento da Fúria no Brasil. "Não sou vidente, como pensam. Eu vejo tudo aqui (apontando para o computador na tribuna de imprensa)", contou, bem humorado. Agora, também compartilha o conteúdo num perfil em inglês, já com 30 mil seguidores.

Durante a partida, trabalhou na cabine do estádio usando o uniforme principal da seleção espanhola. Não se furta da paixão. Inclusive, o seu avatar na internet é uma charge com a mesma camisa, esbanjando também a calvície. A eliminação precoce da Espanha abalou Alexis, mas garante que o trabalho continuará na Copa de 2014. Confirmou em seu próprio twitter. "Para os que perguntaram: Eu não vou para casa. Seguirão os dados, claro. Não esperei quatro anos para ir agora", escreveu, com a mensagem sendo curtida 700 vezes pelos seguidores. Seleção favorita a partir de agora? "Espero que ganhe alguém que nunca foi campeão. É uma sensação alucinante", escreveu, certamente relembrando 2010.

Cassio Zirpoli/DP/D.A Press