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AUTOMOBILISMO

Precursor do Brasil na F1, Wilson Fittipaldi relembra corridas no entorno do Mineirão

Ex-piloto esteve na capital mineira para promover a Fórmula Vee

postado em 21/02/2017 10:00 / atualizado em 21/02/2017 09:53

Arquivo/EM/D.A Press

De passagem por Belo Horizonte, Wilson Fittipaldi, um dos precursores do Brasil na Fórmula 1, junto com o irmão, o bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipalldi, relembrou os tempos em que o entorno do Mineirão foi transformado em pista de corrida. Ele seguiu para Curvelo, cujo autódromo, Cristais, abrigará uma das etapas da nova categoria do automobilismo, a Fórmula Vee, que o tem como um dos responsáveis.

Em 1970, Wilsinho, como era conhecido, recebeu convite para uma prova diferente BH. “Na época, a Federação Mineira de Automobilismo (FMA) se esforçou para que viéssemos, eu e outros corredores de São Paulo, para competir com os mineiros. Não era apenas Toninho da Mata, pois tinha também Marcelo Campos – morreu num treino na véspera –, seu irmão, Régis, Clóvis Ferreira, Kid Cabeleira”, relembrou, falando ao Estado de Minas.

O ex-piloto então surgiu na capital mineira em 1970 com um projeto experimental: um Fusca bimotor. “Eu e o Emerson ficamos sabendo que os cariocas haviam comprado carros potentes, uma Lola T70 e dois Ford GT, que eram carros bem mais potentes que os que havia no Brasil. A gente corria de Fusca 1.200. Foi quando chamei o Roberto Divila e começamos a discutir opções. Depois de um dia, propus a ele tirar todo o peso que havia num Fusca e colocar dois motores 1.600. A gente já trabalhava com esse motor. E não é que deu certo!”

Wilson que posteriormente pilotaria uma Brabham e um Copersucar na F-1 – brigou cabeça a cabeça com o mineiro Toninho da Mata e seu temido Opala 21. No fim, o Fusca de Wilsinho teve problema de motor e Toninho venceu. Mesmo sem um autódromo, o automobilismo mineiro vivia uma fase efervescente nas pistas laterais do Mineirão. Lá foram disputadas todas as provas, sempre com transmissão ao vivo pela extinta TV Itacolomi.

Veja entrevista exclusiva com Wilson Fittipaldi:


CURVELO


A passagem de Wilsinho por Belo Horizonte é uma ponte para Curvelo, a 170 quilômetros, que receberá duas das etapas da Copa Centro-Oeste de Fórmula Vee, com provas em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Paraná. “A Fórmula Vee tem como objetivo ser a escola do automobilismo brasileiro, ocupando uma lacuna abandonada pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que não aproveitou o período de grandes pilotos do país”, afirmou o ex-piloto.

Para participar, não há exigência de experiência em provas. Cada competidor terá ter aulas sobre a categoria e possibilidade de testar o carro, orientado por Wilsinho e sua equipe. Estar em duas baterias custaria entre R$ 4 e R$ 4,5 mil. “Para disputar uma temporada de Fórmula 3, por exemplo, gasta-se R$ 1 milhão, no mínimo. O objetivo principal é que a categoria seja formadora e que dê oportunidade para que surjam novos pilotos. Calculamos que essa formação se concluirá em quatro ou cinco anos”, projeta.

O Autódromo dos Cristais sediará a primeira das duas etapas mineiras em 2, 3 e 4 de março. Os 12 carros terão motores 1.6 que equipam o Fox (170cv). Curvelo receberá um segundo evento, cuja data não foi ainda definida.

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