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FÓRMULA 2

Piloto da Fórmula 2, Serginho Sette Câmara mira futuro na F-1 e curte férias em BH

Piloto mineiro, de 19 anos, analisa temporada na competição europeia

postado em 16/08/2017 11:00

Ivan Drummond/Estado de Minas

Correndo atrás de um sonho. Assim é a vida do piloto Sérgio Santos Sette Câmara Filho, de 19 anos, que está em seu primeiro ano na Fórmula 2 Europeia, o último degrau para a Fórmula 1, que é onde ele deseja chegar. De férias em Belo Horizonte, sua terra natal, Serginho, como é chamado, aproveita para rever pontos turísticos da cidade e um deles o encantou: a Praça do Papa, no Alto da Afonso Pena. “Sabe que nunca havia vindo aqui?”, comentou.

A vida de Serginho é atribulada desde os 12 anos, quando começou a competir no kart, em 2010. Ele corria no extinto Kartódromo Serra Verde, que foi extinto com o hipódromo de mesmo nome para a construção da Cidade Administrativa. “Era um período difícil, pois a pista não tinha recursos, assim como a parte de mecânica para a montagem e acerto dos karts. Era difícil de aprender, evoluir. Minha saída foi, então, competir em São Paulo, que contava com um campeonato regular.”

Em 2010, competindo na categoria Cadete, ele foi campeão da Copa Brasil de Kart, da Copa Sudeste (Minas Gerais/Rio/Espírito Santo), vice-campeão brasileiro e do Grande Prêmio Brasil e terceiro colocado no Sul-Americano. Daí em diante, as conquistas não pararam: bi da Copa Brasil, campeão do GP Brasil e campeão do GP RBC.

Com o surgimento da pista RBC, na estrada de BH para Vespasiano, sua carreira desenvolveu: “Lá tem o melhor preparador de motor do Brasil, o Rafael Botelho Cançado. Além disso, a estrutura, semelhante à de circuitos europeus, me possibilitou evoluir”. Serginho tornou-se campeão mundial numa categoria acima do kart, a X30 World, disputada em Lyon, na França, em 2012. Em 2014, começou a ganhar o mundo, quando passou a correr de Fórmula 3 no Brasil. Em seis provas, dois pódios.

No ano seguinte, a estreia no Europeu de F-3. Participou de 37 corridas, tendo sido pole uma vez e pódio em três etapas (Spa-Francorchamps, na Bélgica; Zandvoort, na Holanda; Red Bull Ring, na Áustria). Mas foi ter batido o recorde da pista de Macau que lhe abriu as portas para uma equipe de ponta, a Red Bull Junior Team, que passou a defender no ano passado.

Em 34 provas completadas, ele subiu ao pódio quatro vezes, além de ter sido pole em Nurburgring, na Alemanha, e batido o recorde do circuito Red Bull Ring.

aprendizado Neste ano, transferiu-se para a MP Sport, uma equipe menor, que lhe deu muitas possibilidades de aprendizado. É o piloto mais novo da FIA F2 World Championship. “Na MP Motorsport, tenho a oportunidade de conviver e aprender com um piloto experiente, o Jordan King, que está muito próximo de subir para a F-1. Não espero subir agora, mas estou trilhando um caminho. Não terá importância se ficar mais um ou dois anos na F-2”, afirma.

Serginho conta que chegou à Europa com uma grande desvantagem em relação aos demais pilotos: “São todos europeus. Eles já conhecem o caminho de tudo, sabem as pessoas com quem conversar. Eu não. Tive de abrir caminho no braço e conhecer como fazer as coisas”.

Segundo ele, foi preciso levar os patrocinadores para poder correr. São cinco, todos conseguidos por meio de leis de incentivo, ou federal, ou estadual: CCR (rodovias, transporte aéreo e terrestre), Taesa (energia), Acer Predator (computadores), Samepev (meio ambiente) e Cemig (energia elétrica).