Basquete
None

CBB

Novo presidente da CBB corta gastos para administrar a entidade, que vive grave crise

Recuperar o prestígio do basquete brasileiro é o principal objetivo de Peixoto

postado em 28/03/2017 09:03 / atualizado em 28/03/2017 09:14

DIVULGAÇÃO

Recuperar o prestígio do basquete brasileiro, que está suspenso pela Federação Internacional de Basquete (Fiba) e impedido de participar de competições internacionais, seja com a seleção ou com qualquer clube – os times estão, inclusive, fora da Copa América –, é a principal proposta do novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Guy Peixoto, de 56 anos, empossado no dia 10. O grande desafio dele é equacionar aquela que é considerada a maior crise financeira e administrativa da história da entidade.

Em menos de 30 dias à frente da CBB, Peixoto, ex-jogador da Seleção Brasileira, já anunciou medidas, sobretudo cortando despesas pessoais, para conter os gastos e reduzir o rombo no caixa. Também está buscando maneiras de resolver o impasse com a entidade máxima da modalidade, que puniu o Brasil por conta de dívidas que correm há muito tempo, apesar dos vários períodos de carência concedidos.

O ex-presidente da CBB Carlos Nunes chegou a negociar tais débitos, propondo sempre novas datas, já que não havia dinheiro para o acerto. Mas não cumpria o combinado. O pagamento das parcelas foi suspenso em abril do ano passado. Em dezembro, a Fiba decidiu por uma intervenção na CBB. Um diretor da entidade internacional, o espanhol Jose Luis Saez, foi nomeado interventor, cabendo a ele o levantamento da real situação  – ainda existia a suspeita de que a verdade estava sendo encoberta. E foi com base no relatório apresentado por Saez que a Fiba decidiu pela suspensão do Brasil, válida inicialmente até maio

Isso mexeu com o basquete brasileiro, dirigentes de clubes e federações. A eleição para presidente, que deveria ser apenas na segunda metade deste ano, foi antecipada para 10 de março. No pleito, Guy Peixoto, que tinha o apoio de Minas Gerais, derrotou Amarildo Rosa. “Podem esperar que daqui para frente virão outras medidas. Estas foram as primeiras. O objetivo é trazer de volta o equilíbrio econômico-financeiro da entidade”, diz Peixoto.

MUNDIAL O primeiro objetivo do dirigente é renegociar com a Fiba, em caráter emergencial. Mas está difícil. Foi marcado um encontro em Zurique, na Suíça, no dia 15, que acabou adiado para o dia 22, em San Juan, em Porto Rico, onde houve uma reunião da Fiba Américas – também cancelado. A intenção de Peixoto é sensibilizar a entidade apresentando o projeto de 100 dias, conjunto de ações administrativas para iniciar a recuperação do basquete brasileiro.

De forma mais imediata, a punição atinge as Seleções Sub-19 masculina e feminina, pela proximidade do Mundial da categoria. A tabela das competições já foi divulgada pela Fiba – a masculina vai de 1º a 9 de julho, no Egito e há um espaço vago no Grupo A, que seria do Brasil, ao lado de Nova Zelândia, França e Coreia do Sul. Na feminina, de 22 a 30 de julho, na Itália, a Seleção está no Grupo D, com Hungria, Austrália e Japão.

TRÊS PERGUNTAS PARA...
GUY PEIXOTO, presidente da CBB
Por que os encontros com a Fiba ainda não ocorreram?

Solicitei a reunião, mas o responsável pela vistoria junto à CBB, o espanhol Jose Luis Saez, vice-presidente da Fiba, pediu demissão. Com isso, a reunião, que já tinha sido adiada antes, foi novamente cancelada. Era para ter sido no dia 22, em Porto Rico. Ainda não sei a nova data, mas tenho pressa.

O que foi feito para a redução de gastos da CBB?
Abri mão do que teria direito, como presidente, para gastos pessoais. Estou devolvendo o apartamento funcional que ficaria à minha disposição no Rio e eliminando os gastos do dia a dia, custos de viagens, alimentação e outros de representação, alocados diretamente à Confederação, como vinha ocorrendo nos últimos anos. Além disso, a CBB está devolvendo duas salas na sede da entidade, que eram subutilizadas, e os celulares corporativos.

O que significam essas medidas na prática?
Elas representam uma economia anual de cerca de R$ 2 milhões, o que significa R$ 8 milhões ao fim de quatro anos. Antes da eleição, havia firmado um compromisso com todos do basquete, de trabalhar sempre de forma transparente, anunciando todas as medidas e ações. São iniciativas que se fazem necessárias. E podem esperar que daqui pra frente virão outras. Estas foram as primeiras. O objetivo é trazer de volta o equilíbrio econômico-financeiro da entidade.

Tags: Guy Peixoto brasil basquete cbb