SELEÇÃO BRASILEIRA
A pior derrota da história completa um mês
Saiba o que a CBF aprendeu (ou não) com o Mineirazo e as atitudes para tentar resgatar o respeito a única camisa pentacampeã
postado em 08/08/2014 10:29 / atualizado em 08/08/2014 10:47
Braitner Moreira /Correio Braziliense , Marcos Paulo Lima /Correio Braziliense
Exatamente um mês depois do desastre do Mineirão, a CBF ainda tateia para tentar tirar da lama o futebol nacional. A Seleção, principal produto, capaz de render acordos milionários de patrocínio, está em baixa — inclusive perdeu um acordo com uma montadora. As primeiras respostas, porém, não parecem capazes de atender à altura as necessidades de reformas.
A primeira ação foi tomada apenas quatro dias após o fim da Copa: a contratação de Gilmar Rinaldi para o cargo recém-criado de coordenador de seleções. Empresário até a noite anterior ao anúncio, o dirigente teve de ligar para os clientes na véspera, avisando que abandonava o trabalho. O ex-goleiro participou da decisão de contratar Dunga, bancando a volta de um projeto que fracassou no Mundial da África do Sul.
A gestão da base, principal lição que deveria ficar do massacre, sofreu mudanças apenas cosméticas. Alexandre Gallo, coordenador técnico, ganhou poderes, mesmo que tenha carreira marcada por campanhas ruins e demissões em série. Agora, a Seleção olímpica será convocada junto da principal. Azar dos clubes, que terão de ceder atletas sem que os campeonatos sejam paralisados.
Quanto ao calendário, por enquanto, nada de adequação. O Brasileirão para nas Eliminatórias. Na Copa América, não. Enquanto os cartolas continuam perdidos depois do tiroteio, a Alemanha acaba de vencer a Euro Sub-19.
Vendido antes da vergonha Capitão da Seleção Brasileira na pior derrota canarinha em 100 anos de história, o zagueiro David Luiz é o único dos 23 que estiveram na Copa que saiu valorizado. Ainda assim, porque foi contratado pelo Paris Saint-Germain antes do início do torneio por 50 milhões de euros (R$ 150 milhões).
Desempregado? que nada
Nem os números exibidos por Luiz Felipe Scolari na entrevista coletiva concedida um dia após o Mineirazo foram capazes de mantê-lo no cargo. mas, o treindor já está empregado. Vinte e um dias depois dos 7 x 1 diante da Alemanha, aceitou o convite do amigo Fábio Koff para retornar ao Grêmio.
Coordenador de seleções
Ex-empresário de jogadores, o tetracampeão Gilmar Rinaldi foi escolhido para assumir o cargo de coodenador
de seleções. Questionado sobre o que mais incomodou na Copa, elegeu o boné “Força, Neymar” usando antes
do 7 x 1. “Deveria ter sido força, Bernard”, explicou, referindo-se ao substituto do craque contra a Alemanha.
Missão olímpica
Gallo, espião de Felipão na Copa, é o único integrante da fracassada comissão técnica mantido empregado pela CBF. Querido pelo presidente José Maria Marin, foi promovido e comandará a Seleção olímpica nos Jogos do Rio, em 2016.
Projeto Rússia 2018
Dunga, que nem foi citado em uma enquete do Datafolha depois da Copa, está de volta. Na posse, criticou as entrevistas de Neymar com boné próprio, e não da CBF, e o marketing de David Luiz.
A zoação continua
Curtindo as férias adoidado na Europa, Neymar viu Schweinsteiger fazer gestos
de 7 x 1 lembrando a humilhação.