Fred Melo Paiva
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DA ARQUIBANCADA

Se houver comprometimento, será um feliz 2017

A situação é grave: ou o Galo nos dá um alento, ou teremos de fugir literalmente da realidade, fundando, quem sabe, uma comunidade alternativa no meio do mato

postado em 13/12/2016 12:00

 Rodrigo Clemente /EM/D.A Press

Outro dia, vendo 2016 chegar a este fim melancólico em que se encontra, um amigo lembrou que Donald Trump nem assumiu ainda – toma posse em 2017. O Dória também. O Crivella. Se Temer não renunciar até o próximo dia 31, é provável que 2017 nos reserve ainda uma eleição indireta para presidente no Congresso Nacional, a casa onde abundam os Todos Feios, os Cajus, Angorás, Caranguejos, Camparis, Índios e Gripados, entre tantos outros. Ou seja: está achando ruim?. Vai piorar.

Por isso, é imperativo, urgente e necessário – questão mesmo de sobrevivência – que o ópio do povo funcione a pleno vapor neste ano que se avizinha. A situação é grave: ou o Galo nos dá um alento, ou teremos de fugir literalmente da realidade, fundando, quem sabe, uma comunidade alternativa no meio do mato, vivendo de vender maricas de Durepoxi. Talvez a Igreja Universal do Reino do Galo possa se converter numa seita sem contato com o mundo exterior, a exemplo do que fez Jim Jones. Se algo der errado, suicidamo-nos todos.

O Atlético, a gente sabe, é o nosso rivotril. Seu princípio ativo precisa funcionar a contento. Se o Galo tivesse sido campeão em 2016, este não seria o ano da eleição do Trump, do impeachment, dessa Grande Depressão. Seria o ano do Galo, assim como foi em 2013 e 2014 (aliás, sempre que alguém se refere às grandes manifestações daquele ano como as Jornadas de 2013, eu penso primeiro que o sujeito tá falando da Libertadores – a Libertadores de 2000 e Galo).

É por isso que, contra todos os prognósticos, não há chance de 2017 ser pior que 2016. Eu sei, meu amigo, você já me lembrou do Trump, do Dória, do Crivella, das Indiretas já – mas você se esqueceu do principal: o Galo vai ganhar. O Galo vai ser campeão. E diante disso, ainda que o mundo exploda, estaremos todos a salvo.

O Galo vai ganhar, e isso não é um exercício de fé, não tem nada a ver com o EU ACREDITO, esse mantra que só a gente pode cantar, vide o Internacional tirando sarro da gente outro dia mesmo. É, sem nenhuma arrogância, a lógica dos fatos. Vamos a eles:

1. O Atlético entra em 2017 com praticamente o mesmo elenco. Ainda que perca um ou outro, ainda que se desfaça até de um grande craque, continuará sendo o melhor ou um dos melhores do Brasil. Acrescente-se a isso os reforços que chegarão para os setores defensivos. Vai melhorar.

2. Pela primeira vez, o Galo de Robinho, Pratto e Fred terá um técnico cujo trabalho anterior é reconhecido por todos. Roger Machado não foi nosso plano C, como Aguirre. Era o plano A. Nem foi a aposta carinhosa do atleticano na recuperação de Marcelo Oliveira. Roger chega depois de um trabalho consistente e moderno, que resulta no Grêmio campeão. Daniel Nepomuceno não quer ficar marcado como o presidente que tem um técnico a cada seis meses, até porque isso não funciona. Vai deixar o homem trabalhar.

3. A vaga direta na Libertadores, caída do céu, salvou o planejamento para 2017. Não fosse isso, Roger não teria tempo de preparar o time para a pré-Libertadores. Ia precisar de sorte. Agora precisa apenas de competência.

Durante longos anos, o Galo sofreu pela falta de competência. Especialmente de seus dirigentes e, por consequência, de seus jogadores. Hoje, a realidade é o oposto disso: há gente competente na diretoria, em campo, na comissão técnica. Há uma estrutura invejável até para padrões europeus. Mas, para um projeto ser vencedor, a competência tem de andar junto com o comprometimento. A torcida vai precisar jogar junto. Sobretudo, os jogadores vão precisar jogar juntos. Se isso acontecer, teremos um feliz 2017.

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