Fred Melo Paiva
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DA ARQUIBANCADA

No ano do Galo, é tudo nosso

A propósito, o Ano do Galo começa exatamente hoje, tanto para o nosso Galo como para os chineses, cujo réveillon foi só ontem à noite, coitados

postado em 28/01/2017 12:00 / atualizado em 28/01/2017 10:11

Bruno Cantini/Atlético-MG


Ah, 2017, seu lindo, vem nimim que eu tô facinho, vem igual o Temer estancar essa sangria! E você, 2016, vade retro, tempo ruim que não volta nunca mais! Aquilo não foi um ano – foi um ânus. O ânus de 2016. Se o PIB fosse calculado pela quantidade de merda que um país é capaz de produzir (isso sim, um verdadeiro produto interno bruto), teríamos crescido em 2016 mais do que a China em três décadas. Taí uma saída pra recessão: se o Butão mede o PIB pela felicidade de seu povo, por que não medir o nosso por aquilo que produzimos com tanta excelência?

Mas Deus é justo e criou o réveillon, mandando 2016 pras cucuias, louvado seja. Réveillon, você sabe, serve pra gente vestir a camisa do Galo por baixo da roupa branca, pular as sete ondinhas (complexa essa conta depois de tanta Sidra Cereser) e fazer os três pedidos de sempre: Galo campeão, Galo campeão e Galo campeão.

Houve uma época em que eu levava também um minipôster do Atlético no bolso da calça, desses que vinham em álbuns de figurinha. Quando dava meia-noite eu beijava o Curê, o Mixirica, o goleiro Bruno. Um dia, já em desespero por ver meus pedidos sempre indeferidos por Deus, dei um jeito de colocar o pôster num daqueles barquinhos repletos de oferendas pra Iemanjá. O coração ficou partido vendo meu histórico amuleto, companheiro de tantos e tantos réveillons, engolido pelas ondas. No dia seguinte, encontrei o despacho encalhado na areia. Certeza de que Iemanjá viu o pôster e devolveu o presente: “Quer mandar Curê de oferenda, manda pro capeta”.

Mas como eu tava falando, primeiramente, é agradecer a Deus pela oportunidade do réveillon, como dizem nossos boleiros, tudo santo do pau oco. Acabou 16 e veio 17, o Ano do Galo no calendário chinês. Por que não avisaram isso antes? Eu tava desanimado com o Trump construindo muro, o Doria vestido de gari pintando os grafites de cinza. E o avião do Teori? Eu já tava achando que 2016 tinha virado 1968, o ano que não terminou. Mas diante da informação de que 2017 é o Ano do Galo, as esperanças renasceram como uma fênix galinácea: vai dar tudo certo. Eu tenho certeza. No Ano do Galo, é tudo nosso.

A propósito, o Ano do Galo começa exatamente hoje, tanto para o nosso Galo como para os chineses, cujo réveillon foi só ontem à noite, coitados. Nesse longo período de férias, quer dizer, de abstinência, perdemos Leandro Donizete. Isso é como perder um parente... Jamais nos esqueceremos, General, obrigado por tudo, inclusive por ter batizado meu cachorro com seu nome, sem dúvida uma grande honra pra ele. Perdemos também Ronaldo Conceição, mas essa eu não vou lamentar pra não ficar parecendo o Jucá mandando condolências à família do Teori.

Hoje iniciamos nossa luta por mais um Mineiro, sem Victor, sem Robinho, sem Lucas Cândido. Mas não há de ser nada: pelo que li neste último mês e meio estão para chegar a qualquer momento Elias, Lucas Leiva, Jadson, Gago, Baeza, Tardelli, Jucilei, Messi e Cristiano Ronaldo. Esqueci alguém? Não será por falta de “furo” da imprensa que não formaremos um imbatível esquadrão.

E quarta-feira tem mais! É dia pra ficar de olho na Escala Richter. É dia de clássico, o já mundialmente famoso “João e Crüzeiro”, também conhecido mundo afora por nome semelhante, que me nego a dizer pra não suscitar preconceitos de gênero – Ave Maria colaborar com uma coisa dessa! A melhor notícia sobre o jogo é a volta do Mineirão dividido entre a Massa e o Tibete Azul. O Trump faria um muro, o Doria pintaria o muro de cinza. A PM, se pudesse, proibia o futebol em Belo Horizonte. O problema desse pessoal é patológico. É doença, só pode.

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