Fred Melo Paiva
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DA ARQUIBANCADA

Obrigado, meu Galo querido!

postado em 08/05/2017 12:00 / atualizado em 09/05/2017 14:56

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
O Galo é campeão e ninguém tasca. O Galo campeão é a esperança de um mundo melhor, é a gente ganhando dos opressores, é a gente sendo Galo sempre, fora a cerveja e fora Temer. No bojo de todos os retrocessos, é normal que venha também alguma coisa boa: em Minas Gerais, tudo voltou a ser como antes. Em decisão contra o Cruzeiro, só dá Galo. E de bate pronto, sem consultar o Google, não sei informar se o Cruzeiro já ganhou um único título em cima do Galo, ou se foi apenas contra o Villa Nova.

Acordei ontem e tinha um trabalho pra entregar com hora marcada – os offs de um filme do Galo, a estrear em setembro. Fiquei escrevendo aquelas coisas durante horas, me embebedando de toda a atleticanidade do mundo, agradecendo a Deus a sorte de ser Galo. Fazer uma coisa dessa em dia de decisão, João e Cruzeiro, é terapia de choque pra esse frágil coração atleticano.

Dia de Galo em dia de decisão é algo diferente de qualquer outro dia. Você tem muitas obrigações: acordar bem, não bater o dedinho no pé da cama para não começar mal o seu dia, ler todas as notícias do Galo, transformar todas as conversas em resenhas esportivas, mas ainda assim manter-se concentrado, não cantar vitória antes, não comprar faixa de campeão, fazer passar todas aquelas horas quando tudo que se quer – e também não se quer – é que chegue as 16h. Cerveja, café, amuleto, reza, o hino, mais cerveja. Existe uma exaustiva maratona até que se chegue a hora do jogo.

Além das coisas palpáveis, tem aquelas vindas do além. Tudo precisa se encaixar pro Galo ser campeão. E tudo se encaixou, como se esperava. O Galo pisou no Horto pra ser campeão, pra referendar nossa frase mais macabra: “Caiu no Horto, tá morto”. O Galo é foda.

Foi um primeiro tempo dentro do planejado. Se o juizão não ajuda, o Galo teria feito 2 a 0. Víctor não fez nenhuma defesa, foi espectador na geral do Independência. Na segunda etapa, emergiu a pergunta que não quer calar: por que tem que ser tão sofrido assim, meu querido Mário Caixa?

Sabe por quê? Porque sem sofrer não tem graça. A gente dá uma esperancinha e faz logo o segundo. 2 a 1. Galo campeão. Chora, não vou ligar, não vou ligar. Chegou a hora, vais me pagar, pode chorar, pode chorar. Fico só imaginando o Mano, no gramado do Independência. Fazendo a Dancinha do Mano. Não foi dessa vez.

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