Fred Melo Paiva
None

DA ARQUIBANCADA

Avançar sempre, retroceder jamais

"Estaremos todos juntos para a guerra que se avizinha, na "Segunda-feira, contra os inimigos do Fluminense - para sempre a CBFlu, apoiada por forças ocultas, eternos devedores da Série B"

postado em 19/08/2017 12:00

Bruno Cantini/Atlético
Parti para Caraíva em abril passado, vocês sabem, com planos de abrir uma franquia das FARC e derrubar o Temer. Com o acordo de paz firmado entre a guerrilha e o governo colombiano, acabei infelizmente cooptado pela caipirinha, o bobó de camarão, a praia e o forró. Desde então, eu e Fidel Castro temos esperado a oportunidade de agir. Fidel é o meu pastor e nada me faltará – um pastor-alemão capa preta, legítimo, embora sem registro no Kennel Clube.

Esta semana a oportunidade de retomar a estratégia de combate se deu com a chegada de dois companheiros, de codinomes Du e Xande. Atleticanos, obviamente, porque nessas horas você precisa de gente disposta a lutar, lutar, lutar, sem o que não há como vencer, vencer, vencer.

Fidel Castro ficou cuidando de nossa base em Caraíva, garantindo a retaguarda. Nós três partimos em espécie de Coluna Prestes, adentrando o sertão baiano em direção à Chapada Diamantina. Por enquanto, estamos dedicados a identificar as melhores trilhas por onde se deslocarão as futuras células de nossa guerrilha. Estamos também mapeando e visitando as cachoeiras onde tomaremos nossos banhos e as grutas onde nos esconderemos das tropas do Exército. Sem contar os bares, onde faremos nossa hidratação e alimentação.

Na terra seca do sertão baiano brotam as palmas, os mandacarus, os xique-xiques, e os flamenguistas. A pobreza é uma triste realidade. Mas triste mesmo é a miserável opção clubística desse pessoal que, tendo à disposição o Bahia de Bobô, preferiu trair a pátria e aliar-se aos imperialistas, deixando-se levar pelo Flamengo de José Roberto Wright. Embora muitos deles possam vir a participar do movimento guerrilheiro, temo que outros tantos terminarão no paredón. E o que não falta na Chapada são os paredóns, que também já estão sendo devidamente mapeados em longas caminhadas regadas a Gatorades e barrinhas de cereal.

Pra você, atleticano neoliberal que não está disposto a vir até a Chapada Diamantina com intenções de tomar o poder e implantar uma ditadura bolivariana, saiba que a região guarda as melhores oportunidades de negócios. Isso porque, havendo esse impressionante contingente de flamenguistas, quase a totalidade da população compõe-se de fregueses. Ainda não atingiram a categoria de clientes VIPs, como é o caso dos cruzeirenses, mas caminham para tal, amealhando cada vez mais pontos em seus cartões de fidelidade.

Para Los Três Amigos da Coluna Prestes, o uniforme militar foi trocado pelo manto sagrado do Clube Atlético Mineiro – uma forma de garantir o respeito desses camponeses rubro-negros, e assim cooptá-los para a luta. A estratégia é a seguinte: depois de subjugá-los na última batalha do Independência, estaremos todos juntos para a guerra que se avizinha, na segunda-feira, contra os inimigos do Fluminense – para sempre a CBFlu, apoiada por forças ocultas, eternos devedores da Série B.

O sucesso de nosso empreendimento guerrilheiro depende fundamentalmente do sucesso do Galo. Porque, como é de conhecimento geral, a vida do atleticano se pauta por princípios e valores, mas sobretudo pela tabela do campeonato. Se o Galo sobe, o atleticano se torna otimista desde o trabalho até o casamento; se o Galo cai, nada mais vale a pena – e nesse caso é melhor fazer turismo e morar na praia do que tomar Brasília de assalto como fez Fidel (o comandante, não o pastor) quando invadiu Havana no réveillon de 1959.

Daniel Nepomuceno estabeleceu uma meta (na verdade, “uma obrigação”): chegar ao G-6. Como ensinou a companheira Dilma – ela própria guerrilheira e atleticana –, quando se atinge uma meta, você dobra a meta, e assim por diante. Do que se depreende que, ao atingir o G-6, devemos mirar o G-3. E assim por diante. Como eu disse pro Fidel, antes de bater a porta: avançar sempre, retroceder jamais. Vamos por partes: já subjugamos uns, na segunda abateremos outros. Temer que se cuide, com o Supremo, com tudo, porque de nada adiantará escalar juiz ladrão, como se viu domingo passado. Mantenha posição, Fidel, que já estamos chegando com seus biscrocs. Hasta la victoria siempre!

Tags: atleticomg