O drama maior é do galês Gareth Bale, do Real Madrid. Pelo Grupo D das Eliminatórias europeias, País de Gales está em terceiro, com 8 pontos, enquanto Sérvia e Irlanda têm 12. Se não conseguir superar os problemas de lesão e ajudar a equipe a vencer a Áustria (8 pontos), dia 2 de setembro, praticamente dá adeus ao sonho. Apenas o campeão de cada grupo carimba classificação. O segundo disputa uma repescagem. O drama é semelhante para Robben e Sneijder, os veteranos da Holanda. No Grupo A, a equipe tem 10 pontos, atrás de Suécia e França (13). O fator positivo é o duelo direto contra os franceses, fora de casa, no dia 31 de agosto. Por outro lado, uma derrota praticamente sepulta as chances.
Quem também poderia ficar fora é Messi, esse sim craque fora de série. No momento, os ‘hermanos’ estão em 5º nas Eliminatórias Sul-americanas, com 22 pontos, e estariam só na repescagem diante do representante da Oceania. Mas é melhor não desperdiçar a torcida contra... A eliminação é improvável. É certo que na próxima rodada terão osso duro no clássico com o Uruguai (3º, com 23 pontos), fora de casa. Mas depois ainda recebem os frágeis Peru e Venezuela e visitam o Equador.
O fato é que não será a primeira vez que estrelas não estarão em ação. Por motivos variados, grandes craques nunca tiveram a oportunidade de disputar uma Copa. O armador/atacante Sastre, por exemplo. A Argentina era apontada como favorita para a Copa de 1942, que não foi realizada em função da 2ª Guerra Mundial. Mazzola era o grande nome da Itália para a Copa de 1950, após levar o Torino a quatro títulos nacionais consecutivos. Entretanto, morreu no desastre aéreo que vitimou toda a delegação do time em maio de 1949.
O destino também privou dos Mundiais três craques que brilharam no Manchester United: o irlandês George Best, o francês Eric Cantona e o galês Ryan Giggs. Best esteve mais perto: em 1966, perdeu a vaga na última rodada (1 a 1 com a Albânia). Cantona era capitão da França que se preparava para a Copa´98, mas uma ‘voadora’ em um torcedor do Crystal Palace em 95 pôs tudo a perder. Punido com nove meses de afastamento, perdeu o lugar para Zidane e nunca mais seria convocado. Já Giggs sequer sentiu o gostinho de disputar uma Eurocopa. Até melhor do mundo já ficou fora. Coroado com o título em 1995, o liberiano George Weah fez de tudo (de financiar a campanha até a treinar a Seleção), mas não teve sucesso.
A esta lista podem ser incluídos, claro, alguns brasucas: Friedenreich, fora da Copa de 1930 por divergências entre a cartolagem; Heleno de Freitas, meteoro de rara intensidade apagado pela vida extracampo; Evaristo de Macedo, ‘penalizado’ em 1958 por atuar fora do país; Dirceu Lopes, preterido do Mundial de 1970 por Zagallo, entre outros. Muitos dizem que é “azar das Copas”. Discordo. Azar o nosso.
Quem se habilita?
Indignado por ter sido denunciado pelo fisco espanhol por suposta fraude de ¤ 14,7 milhões (R$ 54 milhões), Cristiano Ronaldo – que segue carregando Portugal na Copa das Confederações – se diz vítima de perseguição, não aceita ser pego como ‘bode expiatório’, nem descarta deixar o Real Madrid. A questão é: para onde iria o melhor do mundo? Manchester United, PSG e Monaco seriam candidatos. Só que ele não sairia por menos de ¤ 200 milhões (R$ 735 milhões). Equipes da China e dos Estados Unidos também teriam cacife, mas o craque, que renovou com o clube espanhol até 2021, com salários mensais de ¤ 1,8 milhões, pretende seguir na Europa.
Em dose dupla
Nesta semana, a Uefa autorizou a participação do RB Leipzig, vice-campeão da Alemanha, na próxima Liga dos Campeões. A dúvida existia porque o regulamento impede que clubes de mesmo proprietário disputem o torneio. A empresa também é dona do Red Bull Salzburg, campeão da Áustria. As equipes provaram que a gestão dos clubes é separada. O time austríaco disputará a fase preliminar contra o vencedor do duelo entre Hibernian, de Malta, e Tallin, da Estônia. Caso se classifique, pode até encontrar com o ‘primo’ alemão, garantido direto na fase de grupos. Aí, haja energético para dar conta da animação da turma.
De olho
Jesús Vallejo
Com jogadores com experiência na seleção principal (Bellerín, Saúl, Asensio, Deulofeu), a Espanha segue voando na Euro Sub-21. Goleou a Macedônia por 5 a 0 e fez 3 a 1 em Portugal, já garantindo vaga às semifinais. Entre as ‘estrelas’, um zagueiro também se destaca: Jesús Vallejo, de 20 anos. Revelado pelo Zaragoza, o atleta, de 1,83m, é convocado pela Fúria desde a categoria Sub-16. Foi contratado pelo Real Madrid em 2015, mas emprestado ao próprio Zaragoza e depois ao Eintracht Frankfurt. Seu contrato com o clube alemão se encerra no fim do mês e pode ter sua primeira chance no Real, integrando o grupo do técnico Zidane.