Apesar da pequena diferença de idade – Messi tem 30 anos e Neymar 25 –, a carreira precoce dos craques apresenta linhas divergentes. Quando o brasileiro surgiu no Santos, o argentino já havia levado sua primeira bola de ouro... Mas, em pouco tempo, Neymar foi ‘queimando etapas’: faturou títulos com o Peixe (Paulista, Copa do Brasil, Libertadores, Recopa), estreou pela Seleção principal, ficou com a medalha de prata na Olimpíada de 2012 e depois liderou a equipe canarinho na conquista da Copa das Confederações. Foi com este moral que desembarcou em Barcelona em 2013, apenas aos 21 anos. Lá, seu talento explodiu e ajudou o time a conquistar praticamente tudo: Supercopa da Espanha, Espanhol, Copa do Rei, Supercopa da Uefa, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes. Mas nunca foi ‘o cara’. Nem mesmo em 2015, quando terminou em 3º lugar no prêmio Bola de Ouro. O protagonismo no Barça sempre esteve reservado à Messi. Neymar estaria sendo trabalhado para substituir o argentino à altura em um futuro próximo. Entretanto, como Messi acabou de renovar contrato, o brasileiro teria de se contentar com o papel de coadjuvante. Mas seu futebol não aceita mais tal condição...
No PSG, Neymar seria a referência. E também estaria em boa companhia. Além dos ‘parceiros’ brasucas Thiago Silva, Marquinhos, Lucas e, em especial, Daniel Alves, um de seus melhores amigos (apresentado pelo clube na semana passada), o time ainda conta com nomes como o uruguaio Cavani, o italiano Veratti, os argentinos Di María e Pastore, entre outros. Pra completar, o técnico é o espanhol Unai Emery, de apenas 45 anos, que conhece bem o futebol de Neymar, afinal, comandou o Sevilla por três temporadas antes de assumir o PSG.
Há também outros fatores envolvidos. Assim como Cristiano Ronaldo ameaçou deixar o Real Madrid depois de ser acusado de sonegação pelo fisco espanhol, Neymar também vive às turras com a Justiça da Espanha. Além disso, receberia um salário anual de 30 milhões de euros por ano. Se estes números forem confirmados, se tornaria o segundo jogador mais bem pago do mundo, atrás apenas de Carlitos Tévez, no milionário futebol chinês.
E dinheiro não deverá ser problema. Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, é membro da família real do Catar. Em 2011, o grupo comandado por ele comprou o PSG, apresentando um plano de, em cinco anos, torná-lo um dos grandes da Europa. Na apresentação do projeto, já avisou: “Queremos um novo Messi”. E o escolhido é Neymar, por quem estaria disposto a pagar 200 milhões de euros. É bom lembrar que sob a direção de Al-Khelaifi o clube já desembolsou 64 milhões de euros pelo uruguaio Cavani e 63 milhões pelo argentino Di María. Assim, a transação não parece ser algo tão irreal... E o momento é agora. Até porque em 2018 a multa rescisória de Neymar subirá para 250 milhões. Al-Khelaifi ainda tem como trunfo o bom relacionamento com a diretoria do Barcelona. Sua empresa, Qatar Sports Investments (fundo de investimentos), patrocinou o clube espanhol nos últimos seis anos.
Nesta última temporada, Neymar não marcou tantos gols como em anos anteriores (foram 20 em 45 partidas), mas brilhou em momentos decisivos e foi um grande ‘garçom’, com 19 assistências. Ao todo, já balançou as redes 109 vezes em 192 jogos pelo Barça. Mas ele quer mais. Ele precisa de mais. O espaço no Barcelona ficou pequeno demais para abrigar dois monstros do futebol mundial.