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BOLA MUNDI

Sem dilema para Philippe Coutinho

Mas, deixando qualquer tipo de 'patriotismo' de lado, vejo no Barcelona a melhor opção para Philippe Coutinho

postado em 10/08/2017 12:00 / atualizado em 10/08/2017 08:57

AFP

A transferência de Neymar para o PSG por 222 milhões de euros (mais de R$ 820 milhões) provocou uma espécie de “efeito bumerangue”, agitando o mercado de transferências do futebol europeu. Logo de cara, algumas questões vieram à tona: Quem o Barcelona contratará para o lugar do atacante?. E quem chegará ao time francês para ajudar Neymar a transformá-lo de fato em um dos gigantes do futebol mundial? Como parte da resposta a essas duas perguntas – e de forma simultânea –, o nome de outro brasuca tomou os holofotes: Philippe Coutinho. Com 25 anos, o armador revelado pelo Vasco se viu em um dilema: deixar o Liverpool para jogar ao lado de Neymar, com quem convive desde as categorias de base da Seleção Brasileira (têm a mesma idade), ou se juntar a Messi, Súarez e Cia no já consagrado Barça?

De início, a proposta do Barcelona parecia mesmo ser irrecusável. E não só para Philippe... Os clubes não confirmam valores, mas os espanhóis pagariam 90 milhões de euros de imediato e outros 30 milhões condicionados a bonificações por metas atingidas. Os ingleses fizeram jogo duro, pois não queriam perder seu camisa 10. Entretanto, é bom lembrar que, para contratar o jogador, o Liverpool pagou ‘apenas’ 13 milhões de euros à Internazionale de Milão em janeiro de 2013. Assim, teriam uma valorização gigantesca. E, além disso, quem vive no mundo da bola sabe que não dá para segurar um atleta desse nível quando ele decide sair. Empresário do jogador, Giuliano Bertolucci já esteve em Barcelona pessoalmente para finalizar a negociação de um contrato com cinco anos de duração e salário bem superior ao que Philippe Coutinho recebe em Liverpool.

O martelo só não foi batido antes exatamente pela interferência de Neymar, que tentou convencer o colega a mudar de rumo, trocar a passagem de avião, desembarcar em Paris e reeditar parceria de sucesso entre eles. Como trunfo, apostava no fato de o PSG contar com vários outros brasileiros no elenco, como Daniel Alves, Marquinhos, Lucas Moura e Thiago Silva. De longe, até o técnico Tite deve ter feito figa... afinal, faltando menos de um ano para a Copa do Mundo da Rússia’2018, a ‘espinha dorsal’ da Seleção Brasileira estaria atuando junta regularmente no clube francês.

Mas, deixando qualquer tipo de ‘patriotismo’ de lado, vejo no Barcelona a melhor opção para Philippe Coutinho. Por mais que ele possa ter dificuldades de adaptação, já que o elenco do time espanhol não conta mais com a sua ‘embaixada’ brasileira (o lateral Douglas, o zagueiro Marlon e o meia Rafinha estão no elenco, mas ainda podem ser envolvidos em negociações), acredito que ele terá mais espaço no clube blaugrana, onde chegaria com status de titular absoluto do também recém-chegado técnico Ernesto Valverde, e seria bem recebido pelos sul-americanos Messi, Suárez e Mascherano. Tite e o ‘parça’ Neymar terão que perdoá-lo...


EFEITO PAPIN

Um dos fatores principais para Neymar ter trocado o Barça pelo PSG (além da grana alta que receberá, é claro) foi o sonho de ser eleito o melhor jogador do mundo. Deixar a sombra de Messi foi um primeiro passo, mas, para chegar a seu objetivo terá que superar um tabu: jamais um jogador de clube francês ganhou a Bola de Ouro. Quem chegou mais perto foi o atacante Jean Pierre Papin, que, defendendo o Olympique de Marselha, ficou em segundo lugar em 1991, atrás do alemão Lotthar Matthaus. Então com 28 anos, naquela temporada Papin se destacou pela Seleção Francesa, foi campeão francês e vice da Liga dos Campeões (batido nos pênaltis pelo Estrela Vermelha na final). Há quem diga que se o Olympique tivesse erguido o troféu Papin teria recebido a honraria máxima da Fifa. Se Neymar quiser pegar ‘algumas dicas’ não terá maiores dificuldades, afinal, hoje Papin é diretor de futebol do Auxerre, clube que disputa a Segunda Divisão da França.


PRANCHETA GRINGA

Quando se fala na possibilidade de uma equipe brasileira contratar um técnico estrangeiro, muita gente torce o nariz. É o que está acontecendo novamente agora, quando o Flamengo acerta com o colombiano Reinaldo Rueda. Ele seria o décimo ‘gringo’ a comandar o rubro-negro. A história começou em 1921, com o uruguaio Ramon Platero, mas teve seu auge na década de 1950 com o paraguaio Fleitas Solich, que comandou o time em 500 partidas e é considerado por muitos como o maior técnico do clube. Outros que comandaram o Flamengo foram os portugueses Ernesto Santos e Cândido de Oliveira, o uruguaio Juan Carlos Bertoni, o argentino Armando Renganeschi, o inglês Charles Willians, o húngaro Izidor Kürschner e o paraguaio Modesto Bria, o último forasteiro a ter essa chance, em 1981.


FIM DE UMA ERA

Muita gente nem reparou, mas uma das maiores hegemonias do futebol mundial foi quebrada no último final de semana. Ao levantar a taça da Eurocopa feminina, batendo a Dinamarca por 4 a 2, de virada, a Holanda, que jogava em casa, sacramentou o término do histórico de seis conquistas consecutivas da Alemanha na competição (1995, 1997, 2001, 2005, 2009 e 2013). Atuais campeãs olímpicas, as germânicas haviam sido eliminadas pela Dinamarca, nas quartas de final. Desde que o campeonato passou a ser organizado pela Uefa em 1991, além da Alemanha, apenas a Noruega havia chegado ao título (em 1993).

De olho

Rúben Neves

Nascido em 13 de março de 1997, o volante Rúben Neves é mais um da série de jovens valores revelados por Portugal. Começou a jogar no Porto quando tinha oito anos. De futebol moderno, defende a seleção lusitana desde o sub-16 e estreou no time de cima do Porto em 2014, com 17 anos. Pouco depois, já assumiu a braçadeira de capitão, sendo um dos mais jovens da história da equipe. Destaca-se pela precisão no passe e por sua boa visão de jogo, características que o levaram a ser convocado também para a Seleção principal. Tamanho destaque não passou despercebido e, depois de 12 anos no Porto, acaba de ser negociado por 18 milhões de euros com o Wolverhampton, que disputa a Segunda Divisão da Inglaterra. Apesar de assinar por cinco anos com o clube, há uma cláusula em seu contrato que lhe permite sair já em janeiro de 2018 caso surja uma proposta dos gigantes ingleses.