Antes de tudo, é preciso destacar que a própria presença verde-amarela na disputa ‘encolheu’. Dos 984 inscritos pelos 32 clubes que participam da fase de grupos, apenas 63 são brasileiros, o que corresponde a pífios 6,4% do total. E dos brasucas em ação, chama a atenção o fato de a maioria ser de jogadores de defesa: três goleiros, 13 laterais, nove zagueiros e 11 volantes. Do meio-campo para frente, são apenas 27 representantes. Muito pouco para o país pentacampeão mundial, tido e havido como fornecedor inesgotável de atacantes e camisas 10...
Se a quantidade já é um fator preocupante, o que dirá a qualidade... Mesmo entre os meias e atacantes brasileiros na Liga, muitos são quase desconhecidos do público: Marcos Tavares, do Maribor, Pedro Henrique, do Quarabag, o ex-cruzeirense Sebá, do Olympiakos, Francisco Soares, do Porto, Mattheus (mais famoso por ser filho do ex-atacante Bebeto), do Sporting... Outros tantos ainda buscam seu espaço, como Keneddy (Chelsea), Vitinho (CSKA), Pedro Rocha (Spartak), Talisca (Besiktas), Boschilia (Monaco). Para completar, soma-se a esse quadro a maré baixa vivida por jogadores já mais rodados como Lucas (PSG), Ganso (Sevilla), Luiz Adriano (Spartak), Bernard e Dentinho (Shakthar).
Não é à toa que o técnico Tite tem ‘sofrido’ para encontrar um terceiro atacante para a Seleção Brasileira (salvo alguma contusão, Neymar e Gabriel Jesus são certezas no time para o Mundial da Rússia). E não parece muito satisfeito com alguns dos convocados até aqui: Roberto Firmino (Liverpool), Douglas Costa (Juventus) e Taison (Shakthar). Como as opções são escassas, caso se destaque na Liga dos Campeões com o Benfica, Jonas pode ter nova chance. Seja qual for a alternativa encontrada pelo treinador (falou em dar chance a Richarlison, revelado pelo América e hoje no Wattford, da Inglaterra), não há como negar: os tempos são outros e a ‘safra’ atual não é tão ampla assim...
Cavalo paraguaio?
Maior surpresa neste início do Campeonato Espanhol – divide a liderança com o Barcelona após três rodadas, como únicas equipes com 100% de aproveitamento –, o Real Sociedad terá que provar que não é apenas ‘fogo de palha’. Depois de bater o Celta (3 a 2, fora), Villarreal (3 a 0, em casa) e La Coruña (4 a 2, fora), o time terá duas provas de fogo em sequência: hoje, debuta na Liga Europa enfrentando o Rosenborg, da Noruega; já no domingo, pelo Nacional, recebe ninguém menos que o Real Madrid. Com um elenco sem estrelas – os nomes mais famosos são o zagueiro Iñigo Martinez e o atacante belga Januzaj –, o time aposta em um futebol ofensivo para surpreender os adversários. Comandado pelo técnico Eusébio Sacristán, o time tem ainda seu tempero brasuca: o atacante Willian José, revelado pelo São Paulo e com passagem meteórica pelo próprio Real Madrid. Resta saber se terão forças para manter o pique até o final da temporada.
DE OLHO
Jean Kevin Augustin
De origem haitiana, o atacante Jean Kevin Augustin nasceu em Paris, em 16 de julho de 1997. Começou a jogar com sete anos, na base do pequeno Plasirois, onde ficou até 2006. Depois, passou pelo também modesto Boulogne-Billancourt, onde ganhou mais destaque, chamando a atenção do Paris Saint-Germain, para onde acabou se transferindo aos 12 anos. Sucesso nas equipes inferiores, foi queimando etapas. Logo começou a ser utilizado na equipe B. Atacante esguio e bom finalizador, estreou no time principal em 2015, quando ainda não havia sequer completado 18 anos. Convocado para a Seleção Francesa desde o sub-16, foi campeão e artilheiro (6 gols) da Eurocopa Sub-19 em 2016. Neste ano, levou a chuteira de bronze do Mundial Sub-20, como terceiro artilheiro da competição (quatro gols), mesmo a França tendo sido eliminada já nas oitavas de final pela Itália. Sem muito espaço no agora estrelado elenco do PSG, acaba de se transferir para o Red Bull Leipizig (vice-campeão alemão), onde deve ter mais espaço para mostrar que pode ser a solução para os Blues.