None

BOLA MUNDI

Quando a guerra entra na Copa

Por via das dúvidas, não são poucos aqueles que torcem para que EUA e Síria tomem caminhos diferentes nas Eliminatórias

postado em 29/09/2017 12:00

AFP

Nos próximos 10 dias, mais 14 seleções podem confirmar vagas ao Mundial Rússia’2018. Algumas são quase ‘barbadas’, como as campeãs mundiais Alemanha, Inglaterra, Espanha e Uruguai, além de Sérvia e Costa Rica. Outras estão bem próximas, como as de Colômbia, Nigéria e Panamá. Polônia, França, Suíça, Tunísia e Costa do Marfim precisam de combinação de resultados, mas têm chance. Mas, mesmo com tantos atrativos, uma possível repescagem é que tem chamado a atenção. Estados Unidos e Síria podem fazer um duelo que ultrapassa todos os âmbitos esportivos.

Presença constante nos Mundiais (o último de que ficou fora foi em 1986), os EUA decepcionam nas Eliminatórias da Concacaf: 4º lugar, com 9 pontos, faltando duas rodadas. Com o México (18 pontos) já classificado e a Costa Rica (15) precisando de empate em casa contra Honduras (9), o time do Tio Sam faz jogo decisivo contra o Panamá (10). Se perder, terá que se contentar com possível vaga na repescagem para enfrentar o classificado da repescagem asiática entre Síria e Austrália. É aí que a situação extrapola o campo de jogo.

As relações entre os países estão suspensas desde 2012 devido à guerra civil que já deixou mais de 470 mil mortos e 10 milhões de refugiados na Síria. E, em abril deste ano, em retaliação ao uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad, os EUA ordenaram bombardeio a Damasco, capital síria, atitude apoiada por Israel e União Europeia, mas condenada por Irã, China e... Rússia. No início desta semana, russos e norte-americanos trocaram acusações sobre possíveis ataques promovidos pelo ‘rival’ às diferentes milícias que apoiam na região.

É neste clima que pode acontecer o confronto entre Estados Unidos e Síria na busca por uma vaga na Copa.  Precedente semelhante ocorreu em 1998, quando EUA e Irã, inimigos políticos desde 1979, caíram no mesmo grupo do Mundial da França. Mas, naquela ocasião, o espírito esportivo falou mais alto: os iranianos ofereceram flores aos norte-americanos e os atletas posaram juntos para fotos (em campo, o Irã venceu por 2 a 1). Por via das dúvidas, não são poucos aqueles que torcem para que EUA e Síria tomem caminhos diferentes nas Eliminatórias. E respiram mais aliviados pelo fato de a Coreia do Norte, do ditador Kim Jong-un, já ter dado adeus à disputa há bem mais tempo.
 
Calendário das vagas
Algumas seleções estão tão próximas da Copa que já é possível fazer um ‘mapa das classificações’. As primeiras devem sair com Inglaterra e Uruguai, em 5 de outubro. Ao English Team basta vencer a Eslovênia em casa para não depender de outros resultados. A Celeste Olímpica tem de superar a eliminada Venezuela.  No dia 6, será a vez de Espanha, Sérvia e Costa Rica. A Fúria precisa de vitória em casa sobre a Albânia; aos sérvios basta o triunfo sobre a Áustria; e os costarriquenhos dependem só de empate com Honduras. No dia 7, a Nigéria se garante com vitória em casa sobre a Zâmbia. No dia 8, a Alemanha, atual campeã, carimba o passaporte com empate diante da Irlanda do Norte.

Mbappé dá lição às estrelas
No primeiro grande teste da temporada, o PSG mostrou força e fez 3 a 0 no Bayern de Munique. E se o foco estava em Neymar e Cavani, após o mal-estar sobre quem cobraria os pênaltis, coube a Mbappé acelerar a 'reconciliação'. Trabalhando em silêncio, a joia francesa, de 18 anos, fez jogadas de efeito, desmontou a defesa alemã e colocou o brasuca e o uruguaio na boa para fazerem seus gols. Deixou o campo ovacionado pela torcida, ao ser substituído pelo argentino Di María. Que sirva de exemplo para os craques de egos inflados.
 
DE OLHO
Luka Jovic


O atacante sérvio Luka Jovic, de 19 anos, é a nova joia do Leste Europeu. Com 13 anos, se destacou no Estrela Vermelha, de onde saiu aos 17 para o time B do Benfica. As boas exibições o levaram à equipe de cima. Em junho, foi emprestado ao Eintracht Frankfurt (Alemanha), e agora joga em uma liga de mais peso. Convocado desde o Sub-17, deve ter em breve chance na seleção principal da Sérvia.