Presença constante nos Mundiais (o último de que ficou fora foi em 1986), os EUA decepcionam nas Eliminatórias da Concacaf: 4º lugar, com 9 pontos, faltando duas rodadas. Com o México (18 pontos) já classificado e a Costa Rica (15) precisando de empate em casa contra Honduras (9), o time do Tio Sam faz jogo decisivo contra o Panamá (10). Se perder, terá que se contentar com possível vaga na repescagem para enfrentar o classificado da repescagem asiática entre Síria e Austrália. É aí que a situação extrapola o campo de jogo.
As relações entre os países estão suspensas desde 2012 devido à guerra civil que já deixou mais de 470 mil mortos e 10 milhões de refugiados na Síria. E, em abril deste ano, em retaliação ao uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad, os EUA ordenaram bombardeio a Damasco, capital síria, atitude apoiada por Israel e União Europeia, mas condenada por Irã, China e... Rússia. No início desta semana, russos e norte-americanos trocaram acusações sobre possíveis ataques promovidos pelo ‘rival’ às diferentes milícias que apoiam na região.
É neste clima que pode acontecer o confronto entre Estados Unidos e Síria na busca por uma vaga na Copa. Precedente semelhante ocorreu em 1998, quando EUA e Irã, inimigos políticos desde 1979, caíram no mesmo grupo do Mundial da França. Mas, naquela ocasião, o espírito esportivo falou mais alto: os iranianos ofereceram flores aos norte-americanos e os atletas posaram juntos para fotos (em campo, o Irã venceu por 2 a 1). Por via das dúvidas, não são poucos aqueles que torcem para que EUA e Síria tomem caminhos diferentes nas Eliminatórias. E respiram mais aliviados pelo fato de a Coreia do Norte, do ditador Kim Jong-un, já ter dado adeus à disputa há bem mais tempo.
Calendário das vagas
Algumas seleções estão tão próximas da Copa que já é possível fazer um ‘mapa das classificações’. As primeiras devem sair com Inglaterra e Uruguai, em 5 de outubro. Ao English Team basta vencer a Eslovênia em casa para não depender de outros resultados. A Celeste Olímpica tem de superar a eliminada Venezuela. No dia 6, será a vez de Espanha, Sérvia e Costa Rica. A Fúria precisa de vitória em casa sobre a Albânia; aos sérvios basta o triunfo sobre a Áustria; e os costarriquenhos dependem só de empate com Honduras. No dia 7, a Nigéria se garante com vitória em casa sobre a Zâmbia. No dia 8, a Alemanha, atual campeã, carimba o passaporte com empate diante da Irlanda do Norte.
Mbappé dá lição às estrelas
No primeiro grande teste da temporada, o PSG mostrou força e fez 3 a 0 no Bayern de Munique. E se o foco estava em Neymar e Cavani, após o mal-estar sobre quem cobraria os pênaltis, coube a Mbappé acelerar a 'reconciliação'. Trabalhando em silêncio, a joia francesa, de 18 anos, fez jogadas de efeito, desmontou a defesa alemã e colocou o brasuca e o uruguaio na boa para fazerem seus gols. Deixou o campo ovacionado pela torcida, ao ser substituído pelo argentino Di María. Que sirva de exemplo para os craques de egos inflados.
DE OLHO
Luka Jovic
O atacante sérvio Luka Jovic, de 19 anos, é a nova joia do Leste Europeu. Com 13 anos, se destacou no Estrela Vermelha, de onde saiu aos 17 para o time B do Benfica. As boas exibições o levaram à equipe de cima. Em junho, foi emprestado ao Eintracht Frankfurt (Alemanha), e agora joga em uma liga de mais peso. Convocado desde o Sub-17, deve ter em breve chance na seleção principal da Sérvia.