None

DA ARQUIBANCADA

2016. Foi quase

Sobre o elenco, somente no gol temos segurança total. A torcida reclama demais dos laterais e não temos um mago na criação das jogadas

postado em 13/12/2016 12:00

 Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O ano de 2016 começou com uma grande interrogação. Mal havíamos acabado de nos salvar do rebaixamento em 2015 e já estávamos apostando num técnico com pouca experiência. O Campeonato Mineiro não serve para avaliar uma equipe. Acabamos caindo na real e apostamos novamente numa solução fora dos padrões conhecidos. Contratamos um técnico português, acompanhando a moda que se espalhou pelo Brasil dizendo que os técnicos brasileiros estavam desatualizados. Depois de duas apostas frustrantes, voltou quem não deveria ter saído, Mano Menezes. Estas tentativas inovadoras talvez pudessem ter dado certo em outras situações. O Deivid, junto com alguém mais experiente em sua comissão, ou o nosso português pegando o time no início da temporada. Poderíamos, aqui, gastar várias linhas tentando encontrar uma solução perfeita, mas o que aconteceu foi um quase desastre, repetindo o ano anterior. Se olharmos para o resultado final da tabela, não terminamos mal. Mas só nós sabemos o quanto foi sofrido este longo e problemático ano.

Não consigo entender por que o nosso presidente não compareceu ao evento em comemoração aos 50 anos do primeiro título nacional. A torcida fica a todo momento perguntando quem é que está mandando no Cruzeiro. Eu, como torcedor, sou muito grato ao Gilvan pelos dois títulos que ele conquistou, mas este silêncio acaba atrapalhando muito.

Confesso que não fui ao Mineirão contra o Corinthians por achar que não conseguiríamos um bom resultado, principalmente levando-se em conta a oscilação que tivemos durante o ano todo. Surpreendi-me com a vitória e termino a temporada com um ar de esperança para 2017. Se o time apenas repetir o que foi feito nos dois últimos meses, já podemos sonhar com alguma coisa.

Sobre o elenco, somente no gol temos segurança total. A torcida reclama demais dos laterais e não temos um mago na criação das jogadas. Confio mais numa provável organização tática, com uns 15 bons nomes, do que encontrar um time titular. No ataque, temos uma mudança conceitual acontecendo no mundo. Não existe mais um atacante fixo e matador, basta ver que os artilheiros do Brasileirão fizeram 14 gols. Menos da metade do recordista histórico. Robinho terminou o ano jogando muito e o Willian Bigode sendo uma dúvida para o próximo ano. Sou repetitivo neste assunto, mas o Campeonato Mineiro é perfeito para testar alguns nomes da base. Ando meio cansado destas contratações em série.

Este ano, o Corinthians sofreu o mesmo desmanche que tivemos em 2015 e não oscilou tanto na tabela. Pra mim, a manutenção do técnico ajudou muito nisso. O Internacional caiu mesmo tendo um bom elenco. Por quê?

As respostas para essas perguntas podem nos ajudar a não repetir o sofrimento deste ano. Pelo menos, no nosso caso, a frase “time grande não cai” ainda está valendo.

Tags: cruzeiroec