Acabei de ver um vídeo que o Ábila (foto) postou com o Maradona mandando um recado pra ele. Não interessa o que El Pibe fez em sua vida pessoal, o que importa para os amantes do futebol é o que ele foi capaz de fazer dentro das quatro linhas. O que ele fazia com a bola num pequeno espaço era inacreditável. Maradona tem uma história bem parecida com a de vários astros da música que são extremamente criativos, mas conduzem a vida pessoal de forma atabalhoada. Quem vive intensamente o que faz está sujeito a esses desequilíbrios.
Já escrevi aqui na coluna uma história que o Benecy Queiroz me contou, de quando, nos anos 1970, o Cruzeiro estava fazendo jogos pela América do Sul e ofereceram o Maradona para que fizesse parte desses jogos e mostrasse o seu belo futebol. Como ninguém o conhecia, acabou sendo recusado. Fico pensando o quanto a história muda dependendo das decisões que tomamos, e quais as consequências disso.
Estamos vendo e sentindo no Cruzeiro o tanto que algumas decisões afetaram a nossa paixão pelo clube. Sinceramente, nem o mais otimista dos torcedores apostaria, em 2012, que conquistaríamos um bicampeonato brasileiro. Foram conquistas irretocáveis, em 2013 e 2014, com larga vantagem na tabela, sem chance para os adversários. Depois, passamos pela situação inversa. Cheguei a pensar em comprar um desfibrilador para tanto sofrimento.
Acabamos de ver nesta semana uma final histórica no futebol americano, com tudo o que um roteiro de filme precisa. Virada no placar, quebra de recordes e muito mais. É um sonho ver um jogo como esse, desde que o nosso time seja o vencedor.
Como palpiteiro de plantão, afirmo que neste ano temos bom time, técnico experiente e falta muito pouco para começar a colecionar vitórias. Hora de bons espetáculos para estimular o torcedor a sair do conforto de sua casa e ver os jogos no estádio.
Trabalhar com emoção é diferente de tomar decisões emotivas. Dois anos sem bons resultados acabaram afastando um pouco a torcida. Por mais que sejamos apaixonados pelas cinco estrelas, não queremos adquirir o gosto pelo sofrimento, característica mais marcante da turma do outro lado da lagoa.
Queremos sonhar e presenciar vitórias. Fico feliz ao ver uma promoção incentivando levar crianças ao estádio. Isso é cuidar do nosso futuro. Começamos o ano bem, mas ainda estamos com o coração machucado de tantos desmandos e derrotas acumuladas.
A cultura popular diz que comer frango assado é programa para sábado ou domingo. Acabamos fazendo um jantar especial na quarta-feira passada. Como é bom ganhar um clássico e mandar piadas novas para os amigos sofredores. Já nem me lembro qual foi a nossa última derrota pra eles. No ano do Galo no Horóscopo Chinês quem fará a festa é a Raposa, podem escrever.