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DA ARQUIBANCADA

Do Mucuri ao Murici

"O que mais querem é nos tirar alguns preciosos pontos e tratá-los como troféu durante a temporada"

postado em 08/03/2017 12:00 / atualizado em 08/03/2017 10:08

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
O que mais se escuta pelas ruas é que jogador de futebol tem vida boa. Esquecem-se da maratona que eles passam para chegar aos holofotes mais fortes da carreira. Ser jogador de futebol neste país tão extenso reserva surpresas interessantes. Numa mesma semana, estamos enfrentando extremos. Depois de conquistar uma vitória no Nordeste de Minas, vamos para o interior de Alagoas jogar num estádio com capacidade para 3.829 torcedores. Isto é apenas um aperitivo do que enfrentaremos para alcançar os nossos objetivos.

Temos que respeitar os nossos adversários, mas não podemos vacilar. O que mais querem é nos tirar alguns preciosos pontos e tratá-los como troféu durante a temporada. Hoje temos um time quase pronto, onde os jogadores já entenderam a filosofia do treinador e com a assinatura azul celeste do toque de bola. A entrevista do Rafael Sobis (foto) nesta semana, onde ele respondeu de forma sutil quando foi perguntado sobre o que achava da imprensa mineira, foi perfeita. Alguns torcedores mais ansiosos estão começando a reclamar de vitórias simples contra adversários supostamente mais fracos. Mas ainda não está na hora de acelerar, estamos apenas esquentando os motores. Ainda estamos nos aperitivos e tem gente perguntando da sobremesa. Muita calma nesta hora.

O título desta coluna faz referência ao vale do Mucuri, onde está localizada a cidade de Teófilo Otoni, e a próxima cidade, perto de Maceió, onde iremos jogar nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil. Esses nomes indígenas, que tanto nos orgulham, às vezes pregam algumas peças e geram confusão pela sua semelhança. Vários são bastante sonoros e muito parecidos, como Itabira, Itabirito, Itaipu, Itapema. No Brasil, temos 148 cidades começadas com o prefixo Ita, que na língua tupi significa pedra. Só em Minas Gerais são 24 cidades com essa característica.

Se voltarmos para o futebol, fico pensando o que um torcedor do outro lado da lagoa responde quando é perguntado para qual time torce. Ele é sempre obrigado a incluir na resposta a sua origem geográfica. Dizer apenas a palavra Atlético não explica nada. Não consegui encontrar na internet um número exato de quantos times utilizam esse nome. É por isso que quando joga pela Libertadores a turma do Bairro de Lourdes é conhecida como Mineiro.

Agora, começam a sonhar novamente com o título continental em busca de um inédito bicampeonato de alguma coisa. Acho que deveriam fazer uma praia artificial na lagoa da Pampulha para, pelo menos, ajudar seus torcedores, a cada tentativa frustrada, morrer perto de casa. É muito quase. Esta Libertadores terminando somente em novembro vai ajudar, e muito, quem não está participando. Vai facilitar a nossa vida no Campeonato Brasileiro.

Aposto com qualquer um que terminaremos o ano melhor que nossos rivais regionais. A estação do sofrimento ficou no passado. Voltamos a ter um grande time. A temporada de espetáculos está aberta, podem comprar o pacote de sócio-torcedor, tenho certeza de que daremos muitos shows este ano.

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