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DA ARQUIBANCADA

Quero ser presidente do Cruzeiro

O nosso presidente anda calado demais, dando margem à criatividade das pessoas

postado em 22/03/2017 12:00 / atualizado em 22/03/2017 08:59

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press


Como nunca consegui ser jogador de futebol, comecei a pensar o que poderia fazer para ter meu nome gravado na história do meu amado cinco estrelas. Comecei a sonhar grande. Teria que  me tornar sócio, pleitear um lugar no conselho e, depois de alguns anos de militância, procurar uma estratégia e um grupo que me apoie  como candidato à presidência.

Dentro do atual estatuto do Cruzeiro, preciso me dedicar mais de 10 anos, caso queira realmente algum dia realizar esse sonho. Esse é um sonho para poucos. Atualmente, prefiro a minha posição de mero torcedor e palpiteiro aqui na coluna, mas, este ano, teremos eleição no clube e já foi dada a largada na corrida eleitoral para  a presidência do nosso clube. As discussões para o pleito foram antecipadas e tenho receio de que isso afete o desempenho do nosso time, que ainda necessita de ajustes para não corrermos o risco de sofrer como nos dois últimos anos. Podem esperar que em breve teremos alguma nota para a imprensa dizendo que o grupo está blindado e que isso não afetará a equipe.

O cargo de presidente em um clube de futebol é muito importante. Temos exemplos clássicos no futebol brasileiro, como Vicente Mateus no Corinthians; Eurico Miranda no Vasco; Márcio Braga no Flamengo; e do nosso prefeito, no outro lado da lagoa.

O clube e seus resultados são diretamente relacionados ao comportamento e às diretrizes do seu líder máximo. O que aprendi na minha vida é que liderança não é uma coisa que se compra, é a  consequência de um posicionamento perante seus comandados. Existem líderes que adoram um discurso e outros que trabalham mais nos bastidores. A pior forma de liderar é quando impera o silêncio, dando margem para que as pessoas criem suas próprias conclusões e verdades. Tenho sentido há algum tempo esse tipo de reação dentro do Cruzeiro e na imprensa. O nosso presidente anda calado demais, dando margem à criatividade das pessoas.

Fazendo um apanhado do que aconteceu com o nosso time nos últimos anos, a conclusão é de que somos bipolares. Durante dois anos mandamos no futebol brasileiro e, de repente, viramos saco de pancada em dois anos desastrosos, a ponto de quase morrer do coração.

Esta inconstância, somada ao silêncio do nosso presidente, só aumenta a desconfiança de que o   sucesso de 2013 e 2014 veio muito mais do fator sorte do que de competência.

Neste momento, em que estão antecipando as discussões sobre a sua sucessão, seria muito importante que isso não afetasse o nosso time. Um ano de vitórias seria uma saída honrosa, mais do que merecida,  para o presidente que nos deu dois títulos tão importantes.

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