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DA ARQUIBANCADA

Reciprocidade

Espero que o Mago Menezes utilize este fato como motivação para conseguirmos uma vitória

postado em 01/04/2017 10:02

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Hoje teremos o grande evento da primeira fase do Campeonato Mineiro deste ano. Um jogo em que estarão em campo as duas maiores forças do estado que, por coincidência, são da capital do estado. Um tem sua sede num bairro nobre da cidade, e o outro num bairro operário. Essa diferença de localização física se estende para a formação das torcidas, mesmo que o outro lado da lagoa tente dizer o contrário.

O futebol, pela sua relevância dentro da nossa sociedade, atrai não somente apaixonados pelo esporte, mas também pessoas que querem ter relevância social perante a população em geral.

Mais uma vez, a Federação Mineira de Futebol e seu presidente encastelado tomam uma atitude autoritária, em cima da hora, que só beneficia um dos participantes do clássico.

O esclarecimento é simples: quando o jogo é no estádio do Horto, a torcida do Cruzeiro não pode levar instrumentos e bandeiras. A FMF, numa decisão arbitrária, definiu que o outro lado pode fazer isso no Mineirão.  Sinceramente, não consigo entender o motivo deste tipo de interferência num assunto que normalmente é decidido entre a polícia e os clubes.

Se o nosso rival regional faz a opção de jogar num estádio pequeno, gerando limitações, é problema dele. Se lá não podemos fazer nada, na nossa casa eles também não poderão. O princípio da reciprocidade é simples.

Qualquer pessoa no mundo sabe que um esporte só mantém o interesse do público quando seu resultado é imprevisível até o último momento. O respeito pelo direito de cada um dos envolvidos é um dos pilares básicos para que isso ocorra.

Tomar este tipo de decisão, desta forma, só deprecia o maior ativo da nossa federação mineira. Lógico que aparecerão os piadistas de plantão dizendo que o outro lado da lagoa foi esperto. Esse discurso baseado na lei de Gérson não me agrada, e não é este o futebol pelo qual sou apaixonado.

Uma pena escrever uma coluna sobre um assunto tão chato. Mas não fomos nós que criamos esta situação.  Espero que o Mago Menezes utilize este fato como motivação para conseguirmos uma vitória nesta tarde, no Mineirão. Afinal de contas, para marcar gol é preciso estar em campo.

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