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DA ARQUIBANCADA

Só precisamos de um gol

No domingo, eu aposto numa vitória simples. Um gol no fim do jogo, para não dar tempo de desligar a luz do estádio ou criar alguma confusão que interrompa a partida

postado em 03/05/2017 12:00 / atualizado em 03/05/2017 09:38

EM DA PRESS
Existe uma reclamação antiga da torcida cruzeirense que a imprensa mineira, de uma forma geral, dá mais atenção para o outro lado da lagoa. Não gosto destas comparações, mas existem razões para isso. O que estamos vendo atualmente são torcedores ilustres do nosso rival em lugares chaves, não só na imprensa como também em instituições que às vezes tomam algumas decisões que acabam beneficiando a turma do Bairro de Lourdes.

Independente do que acontecerá no jogo de volta da final do Campeonato Mineiro, é impensável – pra não dizer absurdo – o que passamos na última semana. Tivemos a primeira partida da final no Mineirão num jogo tenso, mas final é assim. Agora, teremos o jogo de volta. Num ambiente organizado, seria normal imaginar que tudo já estivesse planejado. Afinal de contas, estamos falando de um esporte profissional que envolve patrocinadores, transmissão de televisão e, principalmente, torcedores querendo comprar o seu ingresso para ver e sentir o calor de uma decisão ao vivo. Aí veio a novela de sempre: brigar e discutir sobre a presença da nossa torcida no ginásio do Horto. Gastar tempo com essa besteira enquanto deveríamos promover uma grande disputa e colocar o torneio no patamar que ele merece. Só ontem nossa torcida teve a certeza de que poderá ir ao Independência.

Quando reclamamos que não dão destaque para o futebol mineiro fora das fronteiras do estado, esquecemos desse amadorismo que acontece todo ano. Como bem diz meu amigo Marco Antonio Ratho, nessas horas filho feio não tem pai. Essa semana, vi um comentarista rindo desta situação num programa esportivo com transmissão nacional. O pior é dar razão pra ele.

Essa bagunça fora de campo me fez lembrar a final do Campeonato Brasileiro contra o Vasco, onde levaram o jogo final para o Maracanã e perdemos o título sendo roubados dentro de campo. Depois dessa final em 1974, aprendemos a lição e acabamos campeões da América dois anos depois. Às vezes, acho que esquecemos disso.

No último domingo, eles se comportaram como time pequeno, na retranca. Agora, já gastaram o truque, o Mago Menezes aprendeu e não será surpreendido novamente. Para relaxar um pouco, temos um compromisso hoje pela Copa do Brasil contra a Chape. Essa mudança de foco com certeza será muito importante para aliviar a tensão das finais. Nem preciso comentar o quanto é importante um bom resultado hoje à noite. Afinal de contas, Copa do Brasil é nossa especialidade. O nosso time está montado para esse tipo de competição, o famoso mata-mata. Hora de não tomar gols e ganhar de qualquer jeito para facilitar o jogo da volta.

No domingo, eu aposto numa vitória simples. Um gol no fim do jogo, para não dar tempo de desligar a luz do estádio ou criar alguma confusão que interrompa a partida. Eles preferem assim. Eu prefiro um bom espetáculo.

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