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DA ARQUIBANCADA

Em busca da estabilidade

postado em 24/05/2017 12:00 / atualizado em 26/05/2017 17:38

Yuri Edmundo/Light Press/Cruzeiro


No último domingo, o Skank fez um show em Recife e, na volta para o hotel, encontrei o Fábio na recepção conversando com um amigo.  Fiquei feliz ao vê-lo com um ar confiante e demonstrando estar contente por voltar a exercer a função que tanto nos agrada, que é impedir os gols adversários. Não sei o que o Mano Menezes fará na disputa pela posição de goleiro. Ao mesmo tempo em que a volta do Fábio foi boa, é injusto deixar o Rafael na reserva. Mas é empolgante ver um jogador que passou tanto tempo se tratando estar com o brilho no olhar, parecendo que acabou de fazer a sua primeira partida profissional. Que ele continue assim e possa contagiar todo o elenco para que as vitórias voltem a ser uma constante neste ano.

Não existe nada mais importante na vida do que você ser feliz com o que faz.

Eu, por exemplo, larguei o emprego em uma multinacional para me dedicar à profissão de músico e realizar meu sonho de infância. Sou muito grato aos meus chefes, Alípio, Antônio Edgar e Fernando Matos, que souberam entender o que havia escolhido para minha vida. Ser músico no Brasil não é das profissões mais fáceis e respeitadas. Muitas noites sem dormir,  muitas horas esperando em quartos de hotel e muito tempo fora de casa. Fiz esta opção e faria novamente, do mesmo jeito. Este pequeno relato pessoal provavelmente se parece com o de vários jogadores de futebol. As nossas profissões são muito parecidas. Procuramos criar bons momentos e trazer alegria para as pessoas que admiram o que a gente faz. Ver os jogadores transitando pela recepção do hotel, parecendo  astros da música, com seus cabelos cortados de forma diferente, sempre com algum detalhe fugindo da normalidade das pessoas. Mas todo esse estilo deveria se transformar também em bons resultados.

Ainda não consegui entender por que oscilamos tanto. Pode ser o excesso de jogadores machucados ou talvez o silêncio contínuo do nosso presidente criando especulações desnecessárias. Tenho certeza de que o elenco é bom e podemos alcançar ótimos resultados. Me chamou a atenção a forma como o De Arrascaeta bateu o pênalti na desclassificação da Sul-Americana. Um jogador que veste a camisa 10 azul estrelada não pode se dar ao luxo de bater daquela forma. A sua falta de convicção me lembrou o Pato ao bater aquele pênalti no Corinthians. O De Arrascaeta já tem tempo suficiente de casa  para assumir uma postura mais confiante e séria.

Existem algumas situações que são determinantes e, às vezes, até mudam a postura de alguns jogadores. Espero que a perda do pênalti seja a sua passagem para assumir de vez a posição de referência na equipe.

O Cruzeiro tem conseguido bons resultados contra o Santos nos últimos anos e espero que esse padrão seja mantido. A torcida não anda muito feliz com os últimos acontecimentos envolvendo tantos conselheiros do time. Mas atitudes precipitadas não fazem bem a ninguém. O tempo é o senhor da razão. Acho que devemos esperar um pouco para tomar qualquer atitude mais séria.

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