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DA ARQUIBANCADA

Alguém tem um terapeuta para indicar?

Está na hora de o Mago Menezes procurar mais algum truque na cartola

postado em 05/07/2017 12:00 / atualizado em 05/07/2017 08:51

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Estamos naquele momento em que se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.  Acabamos de perder um clássico, estamos tomando muitos gols e as vitórias não estão saindo. O time apresenta momentos de lucidez, que nos levam a acreditar em tudo, como o primeiro tempo contra o Palmeiras. Logo depois, caímos num abismo de desorganização que deixa qualquer torcedor em pânico.

A solução automática para esses momentos é trocar de técnico. Continuo acreditando que o nosso problema não passa por aí. Buscar a solução mais fácil me parece assumir a incompetência para resolver o que está ocorrendo.

A insistência em algumas estratégias e em alguns nomes só aumenta a pressão sobre o time. Colocar o Ábila em todo jogo, no meio do segundo tempo, já é conhecido por todos. Parou de funcionar.

Insistir na zaga com Leo e Caicedo é certeza de taquicardia para os torcedores. O posicionamento dos nossos zagueiros no clássico foi muito ruim. Deixar o Fred livre em dois gols foi erro primário. Tive que escutar de um amigo que se deixarmos duas tartarugas com o Caicedo ele deixa escapar uma. O que me impressiona é como não conseguimos revelar ninguém na Toca I. O Grêmio tem mais da metade do time atual revelado em casa. Conheço boa parte das estruturas de base dos maiores clubes brasileiros, a nossa é das melhores. Por que insistir em nomes que temos certeza que não funcionam?

Estamos vendo os dois maiores clubes do Brasil, Corinthians e Flamengo, se organizando e se fortalecendo.   Se tudo continuar como está sinalizando, demoraremos muito tempo para uma nova grande conquista. Time que não revela jogador, que não tem estádio e não cuida de seu torcedor, não tem futuro. Acabou a geração de amadores no futebol. Acredito que daqui para frente só existirão dois tipos de dirigentes nos clubes brasileiros: um excelente gestor ou um muito rico que coloca milhões no clube.

Teremos eleição neste ano e tudo indica que haverá uma renovação nos nossos dirigentes. Com todo o respeito ao Gilvan, que em sua gestão nos deu dois títulos brasileiros, está mais do que claro que os problemas são consequência do que acontece fora de campo. Ainda há tempo para que ele possa terminar o mandato, deixando o time numa boa colocação no campeonato. Mas temos que reagir agora.

Estou muito chateado com a desorganização dentro e fora de campo. Até vejo alguns momentos de luta e vontade de ganhar, mas a instabilidade é gritante. Na verdade, acho que estamos precisando de um terapeuta pra resolver a crise.

Em outra coluna falei que adoraria ver o nosso time ganhar de meio a zero em todas as partidas. Não estava errado. O líder do campeonato só consegue vitórias com o placar mínimo. É a velha máxima: se não tomarmos gols, já teremos pelo menos o empate.

Perder um clássico é sempre mais complicado, mas precisamos reagir. Está na hora de o Mago Menezes procurar mais algum truque na cartola.  Sei que não sobraram muitos, mas sempre acredito numa solução.

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