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COLUNA DO JAECI

Duas propostas. Uma dúvida

'Levir Culpi já declarou que não segura ninguém. Se a proposta for boa, como é, o Galo pode vender, que ele se garante com o material que tem'

postado em 27/06/2015 12:00

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press


O Atlético tem duas propostas excepcionais para vender Lucas Pratto (foto) e Marcos Rocha. Uma verdadeira fortuna em euros, que, transformados no desvalorizado Real, gira em torno de R$ 80 milhões. Sei que o presidente Daniel Nepomuceno é comprador, não vendedor, mas eu não seguraria nenhum dos dois aqui. Os clubes brasileiros passam por grave crise e não podem recusar esses valores jamais. Para o lugar de Marcos Rocha, Carlos César dá conta do recado. Para o de Pratto, Jô, que permanece no Galo, pode muito bem fazer a função. Não é sempre que um clube recebe uma proposta dessas, e é bom que Nepomuceno ponha a cabeça no travesseiro e perceba que não atrasará salários por causa de dinheiro bloqueado. E tem mais: negociando a dupla, o time continuará forte candidato ao título do Brasileiro.

O Galo se dá ao luxo de ter Guilherme no banco. Recuperado de contusão e em forma, trata-se de um dos melhores jogadores do país. E Levir Culpi já declarou que não segura ninguém. Se a proposta for boa, como é, o Galo pode vender, que ele se garante com o material que tem. Sou fã de Pratto e o acho um centroavante moderno e eficaz, mas não pestanejaria e o venderia imediatamente. É muito dinheiro.

Há também o outro lado da moeda: um time que não conquista o Brasileiro há 44 anos e pôs na cabeça que este ano a marca vai para o espaço. No caso, quanto mais forte e mais bons jogadores o grupo tiver, as chances aumentam. Vejo o Atlético como o melhor time do país no momento. Creio que apenas o São Paulo o possa incomodar na disputa pela taça. Sei que a competição é longa, mas não há como um time bem treinado, com opções de reposição de nível, perder o rumo. Levir tem o grupo nas mãos e o toca com simplicidade, um pouco de teimosia, mas sempre sabendo o que faz. Sou totalmente a favor de times ofensivos, mas gostaria de ver o Galo com dois volantes – um deles, Leandro Donizete. Mas o técnico tem me mostrado que somente com Rafael Carioca a equipe está estabilizada e ganhando pontos. Contra fatos, não há argumentos. Esse Galo é forte e pode ser vingador, conquistando os títulos que lhe foram tirados ao longo da história do Brasileiro.

Na pior das hipóteses, eu negociaria Marcos Rocha, para mim o melhor lateral-direito do Brasil. Mas R$ 35 milhões são muita grana, e Carlos César e Patric dão conta do recado. Além disso, o titular precisa fazer a independência financeira e uma negociação com o Porto lhe daria tal estabilidade. Está nas mãos do presidente, e somente ele e sua competente equipe podem decidir. Claro que ouvirá todos os colaboradores, mas, fosse ele, ligaria para o maior e mais vencedor presidente do clube, Alexandre Kalil, para se aconselhar. Garanto que o antecessor venderia os dois sem medo e, ainda assim, manteria a equipe forte para o restante do Brasileiro.

Presidente, não hesite, é muito dinheiro. E nenhum clube brasileiro, na atual crise, tem condições de recusar uma fortuna.

Sempre aconteceu

A dedada do chileno Jara no uruguaio Cavani foi uma cena grotesca, feia, de quem não tem caráter, mas esta longe de ser novidade no futebol. No passado, quando não havia 30 câmeras no campo, isso ocorria com frequência. Para quem não sabe, Éder Aleixo, um dos melhores pontas que vi, foi tirado da Copa do Mundo de 1986 por causa disso. Num amistoso contra o Peru, em São Luís, ele foi provocado do mesmo modo por adversário e devolveu o gesto com uma cotovelada. Imediatamente, foi expulso por Arnaldo Cézar Coelho, que não viu a provocação. Telê, que também não viu, cortou Éder, para mim, de forma injusta. É lamentável que isso ainda aconteça no futebol, mas, agora, com tantos olhos eletrônicos, os infratores são identificados na hora.

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