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COLUNA DO JAECI

Com a mão na taça!

Não acredito que o Galo reverta tal vantagem na casa do Grêmio. Aposto até em outra vitória gaúcha, tamanha a superioridade de esquema tático

postado em 07/12/2016 12:00 / atualizado em 07/12/2016 09:44

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Grêmio e Galo decidem, na arena do time gaúcho, nesta noite, a Copa do Brasil. Uma decisão sem ânimo, sem graça, por causa do acidente com a Chapecoense, que tirou de todos os esportistas a vontade de continuar. Escrevi que se a primeira partida não tivesse sido disputada, com vitória do Grêmio por 3 a 1, a CBF poderia declarar as duas equipes campeãs. Porém, com grande vantagem, os gremistas não aceitariam isso agora. Teremos o jogo, e com ele a última homenagem aos mortos daquela tragédia.

O Brasil se solidarizou e, pela primeira vez desde os confrontos “coxinhas x mortadelas”, houve uma comoção nacional e uma união. Estava faltando isso neste país das falcatruas, de políticos corruptos e ladrões, de gente com poder que se sente acima do bem e do mal. Mesmo quebrados, eles querem o poder a qualquer custo. Gente pobre de espírito, que não tem Deus no coração.

O Grêmio construiu uma vantagem enorme no jogo de ida, no Mineirão, e só não goleou porque o atacante Pedro Rocha fez besteira e foi expulso. Tinha caixa para 6, tamanha a facilidade com que o Grêmio entrou na defesa alvinegra. Antecipei que Marcelo Oliveira seria demitido, caso perdesse a Copa do Brasil, e foi, porque eu não acredito que o Galo reverta tal vantagem na casa do Grêmio. Aposto até em outra vitória gaúcha, tamanha a superioridade de esquema tático, de padrão de jogo.

O Galo pode até ter grupo mais qualificado, mas não demonstrou isso em momento algum da competição. No papel era um leão. No campo, um gatinho manso, que tomou mais de 50 gols no Brasileirão. Um time desequilibrado, sem esquema tático, sem padrão de jogo. Pode até vencer, no que não acredito, pois o futebol proporciona isso. Existe o imponderável.

Se eu fosse o presidente Daniel Nepomuceno, poria o técnico contratado, Roger Machado, para dirigir a equipe nesta noite. Ninguém conhece o Grêmio melhor do que ele. Sei que deve estar pensando que, se perder, já entrará o ano com fecha de perdedor, mas não vejo assim. Seria uma opção para tentar salvar o que para mim já está perdido, pois Roger foi técnico do Grêmio por muito tempo. Renato Gaúcho mudou a cara do time, dando-lhe padrão, ajustando os setores e construindo um ataque poderoso. Seu meio-campo é fortíssimo, com Wallace, Maicon e Douglas, camisa 10 legítimo, dando o toque de qualidade.

Para complicar ainda mais a vida do Galo, o Grêmio não ganha um título nacional há 15 anos, e Renato não vai deixar esta chance escapar. Tudo caminha para uma grande conquista do time gaúcho e, acredito, com outra vitória. Um grupo caríssimo como o do Atlético passou em branco em tudo o que disputou, dando prejuízo enorme aos cofres do clube.

Todos nós erramos na avaliação, pois foram contratados jogadores de nome, mas que já deram caldo por onde passaram e não têm mais o que espremer. Um erro por parte da diretoria, na contratação, e nossa, na avaliação. E olha que recebi vários e-mails de atleticanos questionando o time. É realmente fraco e de grande talento apenas no papel. No campo, onde o futebol é jogado, foi um fiasco.


Lars Grael
Encontrei-me com Lars Grael, aquele grande esportista que teve a perna amputada ao ser atropelado por uma lancha conduzida por um cidadão bêbado. Perguntei se o condutor foi preso ou se cumpre pena, e Lars me disse que nada aconteceu, que ele deve estar pilotando lanchas, bêbado, do mesmo jeito. Esse é o Brasil da impunidade, da vergonha, da indecência. Fosse nos Estados Unidos, o cara estaria, no mínimo, em prisão perpétua.

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