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COLUNA DO JAECI

Goleadas ilusórias?

Já cansei de escrever que eu só avalio uma equipe após 10 jogos contra times do seu porte e do seu tamanho

postado em 15/03/2017 12:00 / atualizado em 15/03/2017 08:47

EM DA PRESS
O Cruzeiro goleou o São Francisco por 6 a 0 pela Copa do Brasil e deverá golear o Murici nesta noite, pela terceira fase da competição. O Galo goleou o Tupi, reassumindo a ponta do Mineiro. Vitórias que mascaram e que iludem? Só o tempo dirá. Já cansei de escrever que eu só avalio uma equipe após 10 jogos contra times do seu porte e do seu tamanho. Sei que é importante a equipe jogar bem e cumprir aquilo que o técnico pede, mesmo contra equipes pequenas, mas os grandes testes mesmo só ocorrerão quando o Galo enfrentar equipes de sua estatura na Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro, e o Cruzeiro idem – exceto Libertadores, que não disputa. Recebi alguns e-mails de torcedores alvinegros preocupados com o que estão vendo neste começo de temporada. A maioria acha que o Galo está devendo um futebol convincente e de qualidade. Porém, avaliar esses jogos é difícil. Os oponentes não são parâmetro para tal.

O Atlético estreou muito mal na Libertadores. Não foi apenas o empate contra o desconhecido e fraco Godoy Cruz, mas sim a forma como a equipe atuou, praticando futebol de quinta categoria. E ainda vi o técnico Roger dizer que foi uma partida de boa para cima. Discordo completamente. Relevo o fato de a equipe ter estreado, e fora de casa, mas fiquei perplexo ao ver futebol tão pobre depois de 40 dias de treinos e projetos. Sabemos que o Galo se agiganta principalmente quando joga no Horto contra equipes do seu porte. A primeira fase da Libertadores não pôs nenhum oponente de peso à frente do Atlético. Portanto, é obrigação se classificar, e com os pés nas costas. E como o próximo jogo pela competição ainda vai demorar, que Roger treine a equipe nesses jogos, como o de segunda-feira, e use estratégias diferentes, pois vai precisar no futuro. Vamos dar um crédito ao treinador e ao time. Afinal, com sete jogadores de alto nível, como pus em colunas passadas, o Galo tem de apresentar futebol bem melhor do que o atual.

O Cruzeiro também jogou contra ninguém na Copa do Brasil. Jogos contra equipes absolutamente medíocres, em estádios e campos vergonhosos. Confesso que vejo o time azul mais encorpado e com mais opções de jogadas, e muito bem treinado por Mano Menezes. Alguns jogadores que nada renderam na temporada passada, caso de Rafael Sobis, cresceram muito neste ano e estão mostrando futebol que fez a equipe crescer. De Arrascaeta tem sido o maestro, e Thiago Neves, como coloquei, ainda precisa de treinos físicos e de uma readaptação ao futebol brasileiro. Passou anos no mundo árabe ganhando petrodólares. Porém, se se encaixar, como desejam os torcedores, o Cruzeiro vai ficar muito forte. Mas quero esperar para ver jogos contra equipes do mesmo nível para, aí, sim, dizer o que o torcedor poderá esperar da equipe azul.

Dando o que falar
A coluna de domingo sobre a eleição no Cruzeiro ainda está dando o que falar. Segunda-feira, recebi ligação do vice-presidente Bruno Vicintin, possível candidato, que me agradeceu os elogios, e disse que está disposto a compor com Zezé Perrella desde que o mesmo também queira compor e combinar uma situação, em que um seja presidente num mandato e o outro no seguinte. Ele disse que pelo Cruzeiro, e para ajudar o clube a conquistar mais títulos, toparia uma composição, mas desde que tenha autonomia e carta branca para comandar. E me disse também que está muito feliz com o trabalho que realiza ao lado do presidente Gilvan, e que tem a certeza de que neste ano o clube voltará a conquistar taças. Como Zezé Perrella também me disse que toparia compor, desde que não deixe de cumprir compromissos assumidos com outros amigos, chegou a hora de José Lemos, o homem mais forte da história do Cruzeiro, entrar em ação e reunir ambos para uma boa conversa. Perrella é a experiência e títulos. Vicintin, a juventude e a competência. Essa união tornaria o Cruzeiro ainda mais forte, e o manteria na linha dos títulos, quem sabe, o Mundial, única conquista que falta ao clube da Toca da Raposa.

Caso Bruno
O Boa tem muito mais a perder – como já perdeu patrocínios – do que a ganhar contratando o goleiro Bruno, condenado pela Justiça, que goza da liberdade provisória baseada numa decisão de um ministro, Marco Aurélio Mello. Não quero aqui entrar no mérito do assassinato de Eliza Samudio, mas acho improvável que ele consiga seguir sua carreira num meio que não aceita uma série de coisas. E também não acho que sete anos é tempo suficiente para alguém pagar por um possível assassinato. Fosse nos Estados Unidos, a prisão perpétua, de morte, ou no mínimo 30 anos atrás das grades, sem regalia, seria a pena. Mas lá é país sério. Aqui vivemos nessa bagunça, um país com leis que nunca são cumpridas.

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