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COLUNA DO JAECI

Briga de cachorro grande

postado em 19/03/2017 12:00 / atualizado em 19/03/2017 09:50

PHOTO / ODD ANDERSEN

Juventus x Barcelona, reeditando a final de Berlim, em 2015, Bayern de Munique x Real Madrid, Monaco x Borussia Dortmound e Leicester x Atlético de Madrid são os confrontos das quartas de final do maior torneio de clubes do mundo, a Liga dos Campeões da Europa. Amo essa competição. Estive em 11 finais e pretendo estar em Cardiff, capital do País de Gales, em 3 de junho, de preferência com meu melhor amigo, Francisco Tomás, que esteve em seis edições do torneio ao meu lado, das quais o Barcelona ganhou quatro. E ele vai sempre com uma camisa preta e branca do Galo, que tem dado sorte ao time catalão. Lembro-me quando Sandro Rosell era presidente do clube catalão e fomos à sua sala, na sede do Barça, e Tomás lhe entregou uma camisa do Atlético Mineiro, além de contar sua façanha com a camisa do clube brasileiro nas finais do Barça. Sandrinho então disse: “Meu caro Tomás, você sempre será convidado de honra nas finais em que o Barcelona estiver, com direito a tapete vermelho, champanhe e outras coisas mais”. E isso aconteceu em Wembley e Berlim, quando eu subi para a tribuna de imprensa, para trabalhar, e Tomás estava no bem-bom dos camarotes.

Já disse e repito que, depois de cobrir seis Copas do Mundo, seis Copas América, cinco Copas das Confederações e cinco Olimpíadas, considero a competição mais importante e mais organizada a Champions League. Não tive o privilégio de cobrir durante toda a temporada, mas, na cobertura dos jogos finais, a gente sente o cheiro e o gosto do que são os clubes e os países organizados. Ouvir o hino da Champions arrepia qualquer um. É, simplesmente, fantástico. E quando a bola rola, a gente vê gente do Barcelona, por exemplo, lado a lado com o pessoal da Juventus. Torcedores dividindo camisas diferentes no mesmo espaço. Isso chama-se civilidade, respeito, direitos e deveres. Não há briga, não há matança nem confusão generalizada. É bem verdade que no passado vimos tragédias, como aquela de 1985, quando a Juventus foi campeã em Heysel, na Bélgica. Tinha mais gente do que o estádio comportava e muitos morreram pisoteados. Mas a Uefa interveio rapidamente e foi colocando as coisas no eixo até chegar aos tempos de hoje.

Nos principais confrontos teremos Zidane com seu mestre, Carlo Ancellotti. O italiano era o técnico do Real Madrid na conquista de 2014, em Lisboa, e tinha Zidane como auxiliar. Zidane foi o grande campeão em 2016, já dirigindo o Real Madrid. Curiosamente, os dois treinadores tiveram como adversário o Atlético de Madrid. Não sei como Zidane se comportará diante do mestre, mas, analisando friamente, o Bayern é mais time e está com um esquema de jogo mais bem traçado. Eu apostaria no Bayern. Mas não se pode descartar o maior ganhador do torneio, o Real, com 11 conquistas. O Barcelona, depois de ganhar do PSG no apito, encara a Juventus. Eu apostaria no time italiano, que hoje é mais encorpado e me parece estar em melhor fase. Porém, o Barça tem um gênio chamado Messi, e quando ele quer jogar ninguém segura. O Atlético de Madrid, de Simeone, me parece melhor que o Leicester e deverá avançar à sua terceira semifinal seguida. O time inglês chega pela primeira vez à Liga dos Campeões depois de ganhar o título inglês na temporada passada, mas está mal este ano. Inclusive, de forma equivocada, demitiu Cláudio Ranieri, técnico da histórica conquista. Mônaco e Borussia Dortmound deve ser um jogo igual, mas eu vou torcer pelo Mônaco, do príncipe Albert. Tem o melhor ataque da Europa, com 87 gols até ontem, e conta com o zagueiro Jemerson, ex-Galo, como titular. Vejam que é jogo bom pra todo lado. Que as equipes façam o jogo limpo, o que é absolutamente normal na Champions, e que a equipe que melhor se apresentar seja a vencedora. Nós, pobres mortais aqui do quinto mundo, agradecemos o privilégio de ainda poder ver o futebol de verdade, pois o que praticamos no Brasil, agora, é tudo, menos futebol.

Cruzeiro


O Cruzeiro joga hoje contra o Tombense, no Mineirão. Confirmo o que venho escrevendo e dizendo: o Cruzeiro tem um belo time, está encorpando e ganhando ritmo e qualidade. Para mim, é candidato a tudo o que vai disputar. Hoje, deverá fazer mais um treino de luxo, como os que tem feito até aqui, exceto no clássico com o Galo. Mano vai ajeitando a equipe de olho na quarta fase da Copa do Brasil, pois um dos objetivos é a conquista da quinta taça, para se igualar ao Grêmio.

Na Bomba de ontem, mostrei a realidade entre Cruzeiro e Minas Arena. Espero que as partes cheguem a um acordo. O melhor mesmo seria o Mineirão pertencer a Cruzeiro e Atlético, pois são eles que geram receitas. Apenas com shows, o estádio vai morrer, como muitos Brasil afora. E não acho justo uma equipe jogar de graça e a outra ter que pagar. “Pau que dá em Chico tem que dar em Francisco”.

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