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COLUNA DO JAECI

Sorte e quatro gols de Fred definem goleada; vitória estupenda do Cruzeiro

Para avançar, o Atlético terá de melhorar muito, pois o futebol foi preocupante e fraco. Gostei muito do Cruzeiro, que confirmou o que dele espero neste ano

postado em 14/04/2017 12:00 / atualizado em 14/04/2017 10:30

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press  - Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro

O Atlético fez uma péssima exibição no primeiro tempo, foi mediano na segunda etapa, mas goleou o Sport Boys por 5 a 2 ontem, no Independência, com quatro gols de Fred e um de Robinho. Além disso, contou com a sorte, com dois gols em bolas desviadas. Na coluna de ontem eu disse que não admitiria outro resultado que não a goleada, mas ela só veio porque o time boliviano cansou, deu espaços e também pela sorte do alvinegro. Não jogou para golear, mas goleou, e se mantém vivo na Libertadores. Porém, para avançar terá de melhorar muito, pois o futebol foi preocupante e fraco. Futebol é assim: há muito resultados mentirosos, e esse foi um deles.

Um Atlético foi medroso, acuado e sem a menor inspiração. Otero começou como o homem da criação, mas nada criou. E olha que o Galo abriu o placar logo no começo. Robinho cabeceou e o goleiro aceitou, falha incrível. A torcida esperava goleada, desenhada justamente pelo gol cedo. O que se viu foi um Sport Boys mais bem treinado, tocando bola de pé em pé, criando mais situações. Tenorio empatou com belo chute, num banho de água fria na torcida. Mesmo assim, a reação do Galo era esperada. Mas o que vimos foi um time sem vibração e sem jogadas. Um buraco enorme entre o meio e o ataque. Gente, o Atlético estava jogando contra um time boliviano, não contra o Boca Juniors. Pelo amor de Deus! Treinar quatro meses e jogar bem contra equipes de terceira linha não acrescenta nada. Onde está o futebol que poderia levar o Galo ao bi da Libertadores? Com esse futebol pobre, se for eliminado na primeira fase será vergonhoso, mas não surpresa, pelo menos para mim, que venho alertando há tempos. Para piorar, Luan saiu, com dor na coxa. Repito: Luan tem garra, vontade e a cara do Galo, mas não tem mais condições físicas para jogar futebol. É uma pena, por tudo o que representa para a torcida.

No segundo tempo, esperava-se uma postura diferente do Atlético. É no vestiário que a gente vê o dedo do treinador. E o Galo teve ótima chance quando, numa cobrança de falta, Otero bateu e, no rebote, a bola sobrou para Fred, quase em cima da linha. Ele perdeu um gol incrível, daqueles que não costuma perder. Muito bom nos contragolpes, o Sport Boys fez 2 a 1 num deles, quando Messidoro cabeceou sem chance para o goleiro Giovanni. No desespero, Roger tirou Otero, que eu já disse que é foguete molhado, e pôs He-Man. O Atlético empatou na sorte. A bola sobrou na entrada da área, He-Man ajeitou, Rafael Carioca soltou a bomba, a bola bateu no pé do Fred e entrou. Em seguida, uma boa trama pela esquerda, Elias tocou para Fred, que mandou para o gol: 3 a 2. Resultado mentiroso pelo que o Galo apresentava.

No finzinho, bola na área, Fred cabeceou e fez o quarto. Ainda haveria tempo para o quinto gol, de novo com Fred, em belo chute da entrada da área. 5 a 2. O resultado não refletiu o que foi a partida. Para brigar pelo título, o Galo terá de mudar da água para o vinho, ter um bom esquema de jogo e meio-campo criativo. Fosse o Sport Boys mais qualificado, o resultado seria outro. O importante para o torcedor, porém, foram os três pontos e aquela velha máxima de que “se não for sofrido, não é Galo”.

Vitória estupenda

No Morumbi, São Paulo e Cruzeiro fizeram o jogo de ida da quarta fase da Copa do Brasil. O primeiro tempo mostrou duas equipes bem montadas, bem dirigidas e com muita qualidade. O empate por 0 a 0 traduziu exatamente os 45 minutos: poucas chances e muita disputa no meio-campo, parecia uma partida de xadrez. Ninguém podia errar. Algumas jogadas viris também. Gostei muito do Cruzeiro, que confirmou o que dele espero neste ano: um time conciso, de muita qualidade e com esquema de jogo bem definido. E olha que Rafael Sobis, que está voando, não jogou. Gostei também do São Paulo. O técnico Rogério Ceni deu outra cara ao time, muito mais competitivo, com padrão de jogo. O segundo tempo, foi mais eletrizante, com os goleiros trabalhando mais. Num cruzamento de Thiago Neves para a área, Lucas Pratto, que funcionava como zagueiro naquele momento, cabeceou contra as próprias redes, fazendo Cruzeiro 1 a 0. Se o empate sem gols já era bom, imaginem o time azul vencendo fora de casa? Se triunfo por 1 a 0 era grande resultado, imaginem 2 a 0? E foi o que ocorreu, quando Thiago Neves cobrou falta e Hudson cabeceou no canto. O Cruzeiro leva uma vantagem gigantesca para o jogo de quarta-feira, no Mineirão. O Gigante da Pampulha estará lotado, pois dá gosto de ver esse belo time jogar. Uma vitória maiúscula, de uma equipe muito bem treinada e que fez as contratações certas para esta temporada.

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