None

COLUNA DO JAECI

Quatro gols, dois empates e nada definido

postado em 17/04/2017 12:00

O América foi melhor que o Cruzeiro no jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro ontem, no Independência. Porém, não traduziu em mais gols e acabou levando um empate por 1 a 1, gols de Messias e Thiago Neves. O Coelho, no domingo de Páscoa, não deu chocolate, e saiu do Horto com um gosto amargo. Chegará ao jogo decisivo, no Mineirão, precisando vencer para se classificar à finalíssima. O time azul não fez aquela partida estupenda – como na quinta-feira, quando venceu o São Paulo no Morumbi, pela Copa do Brasil, ficando com grande vantagem para a partida de volta, quarta-feira, no Gigante da Pampulha. Por mais que os jogadores queiram, não conseguem tirar da cabeça a competição mais importante. Não que eles não tenham se esforçado ontem, longe disso. A verdade é que estão pensando no jogo com o Tricolor Paulista, para avançarem na Copa do Brasil, mantendo vivo o sonho do penta. Ao América resta o consolo de poder dizer que atuou melhor, criou mais situações de gols, chutou mais e, não fosse Rafael, em grande defesa já nos acréscimos, teria saído com um resultado melhor. Nada está definido. Nesta semana, muitas emoções estão reservadas para quarta e domingo.

No Mineirão, às 11h, mais de 20 mil pessoas viram o Atlético fazer outra partida ruim, empatando por 1 a 1 com a URT, no jogo de ida (o time de Patos optou por jogar no estádio da Pampulha), e agora só precisa manter o empate na próxima semana para chegar à decisão. A exemplo do que vimos na quinta-feira, o Atlético foi um time desorganizado, sem criatividade, o que deixa sua torcida preocupada quanto ao futuro. O técnico Roger Machado foi chamado de burro e admitiu que sua equipe não produziu o esperado. Como desta vez o fator sorte não entrou em campo, teve que se contentar com o empate, embora ainda tenha a vantagem para o jogo de volta.

É preocupante este começo de temporada do Galo, bem aquém do esperado pelo fato de ter jogadores de nome, tarimbados e reconhecidamente vencedores. Não sei quanto tempo Roger vai durar no cargo. Embora eu seja contra a demissão de treinadores com poucos meses de trabalho, é lamentável esse futebol fraco e improdutivo do alvinegro. Vale lembrar que no meio da semana terá um jogo difícil contra o Libertad, do Paraguai, na casa do adversário. Vai precisar vencer para ficar mais tranquilo na Copa Libertadores.

Recebi centenas de e-mails de torcedores preocupados com o momento do time, e em nome de Pedro Picinin e Sandro Dias agradeço pela leitura da coluna e por concordarem comigo naquilo que tenho escrito sobre o Galo. Eles dizem que é um time sem estrutura tática, um amontoado de jogadores correndo atrás da bola. Sandro Dias diz que a defesa é uma peneira, que alguns jogadores são uma mentira e que sente saudades de R10. Concordo. Vejo a defesa alvinegra vulnerável, um meio-campo que nada cria e um ataque onde somente Fred justifica o investimento. Já passou da hora de o presidente Daniel Nepomuceno fazer uma reunião e pôr as cartas na mesa. Com este futebol, o Atlético não chegará a lugar algum em 2017.

Luan

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO


Já escrevi e disse que Luan tem a cara do Galo, pela raça, vontade e determinação. A gente percebe que ele gosta mesmo da camisa alvinegra e que faz o possível e o impossível para estar em campo. Porém, as condições física e clínica não estão permitindo. Segundo o médico Rodrigo Lasmar, a quem entrevistei tempos atrás, o jogador tem um problema crônico de joelho, que o impede de ter uma sequência natural no campo. Na quinta, entrou e sofreu uma contusão muscular, que vai afastá-lo mais uma vez. Vi o desabafo de Luan, dizendo que tem gente sugerindo que ele pare de jogar. Ninguém quer ver um atleta encerrar a carreira precocemente, mas se não tem mais condição não há outro remédio. Os clubes e dirigentes europeus são pragmáticos e profissionais. Se o jogador não atende à expectativa clínica e física, o clube agradece pelos serviços prestados, paga o que tem de pagar e encerra o contrato. No Brasil deveria funcionar assim também, pois sabemos que os salários são altíssimos e os atletas têm que justificar o que ganham, atuando a maior parte dos jogos.

Tomara que Luan se recupere e que ainda possa jogar futebol por alguns anos. Entretanto, não é isso que seu histórico diz. Mas que Deus dê força para que ele se recupere e se livre das contusões. Que ele faça trabalhos especiais de reforço muscular, para que seus joelhos suportem a carga e pressão dos jogos. Se isso ocorrer, o torcedor alvinegro vai agradecer, pois tem nesse jogador um exemplo de dedicação, vontade de vencer e amor ao clube, coisa que falta atualmente na maioria dos atletas brasileiros.

Tags: cruzeiroec americamg atleticomg