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COLUNA DO JAECI

Galo e Cruzeiro na final

O time azul não deve estar muito preocupado com a vantagem do Atlético, já que nas duas partidas contra o adversário, neste ano, venceu com sobras

postado em 24/04/2017 12:00

Edésio Ferreira - Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Com a vantagem do empate, o Atlético recebeu a URT no Independência procurando mostrar ao torcedor que tem condições de melhorar e praticar futebol de primeira linha. A vitória por 3 a 0 mostrou um Galo bem melhor, chegando perto daquilo que o torcedor deseja. Gostei do que vi no segundo tempo. Uma equipe criando situações, finalizando e perdendo uma série de chances reais. Depois das entradas de Otero e Cazares, barrados, houve uma melhora grande.

A vantagem de jogar pelo empate dava certa tranquilidade ao alvinegro. Insatisfeito com os últimos jogos, o técnico Roger Machado promoveu mudanças importantes, pondo Victor no gol depois de quatro meses parado por causa de uma cirurgia no ombro, Marlone e Maicosuel. Sem o artilheiro Fred, coube a He-Man fazer a função, e ele não decepcionou, marcando o único gol do primeiro tempo. Na etapa inicial, o Atlético continuou com o problema de jogos anteriores: a falta de ligação entre o meio-campo e o ataque. Robinho também não conseguia render o que dele se esperava. A URT foi apenas um time bem-armado, com pouca força ofensiva, jogando por uma bola. Mas estava muito bem organizado.

No segundo tempo o Atlético melhorou justamente pela falta de condição física da URT e pelas entradas de Otero e Cazares, que, contra uma equipe mais fraca, criaram muitas situações. Também entraram em campo depois que Robinho fez, de pênalti, o segundo. Logo em seguida, He-Man perdeu um gol incrível, diante do goleiro Juninho. A URT, percebendo que o caldo entornara, se desorganizou e foi proporcionando situações de gol ao alvinegro. O Galo foi perdendo um gol atrás do outro e poderia até mesmo ter vencido por uma goleada histórica.

Um detalhe me chamou a atenção nos dois primeiros gols. Tanto He-Man quanto Robinho correram em direção a Roger, demonstrando solidariedade a ele, pois a cobrança da torcida pelas péssimas apresentações é muito grande. Isso mostra que o treinador é querido pelos jogadores e que não há crise. Entretanto, aquele discurso de que falta apenas uma “fagulha” para o Galo engrenar precisa ser confirmado contra equipes do seu tamanho. Ontem, realmente, o futebol da fase final foi de qualidade e criatividade, principalmente depois que Otero e Cazares entraram. E coube a Otero, ao receber passe de Marcos Rocha, fechar o placar e garantir a vaga na final. Os 30 minutos finais deixaram o torcedor mais animado. A minha pergunta é: por que Otero e Cazares não produzem este futebol contra equipes do tamanho do Galo?. Eles terão a chance de mudar isso na grande decisão.

Cruzeiro e América fizeram o outro jogo decisivo, no Mineirão. A partida começou em ritmo eletrizante, com o Coelho perdendo duas boas chances, uma delas com Renan Oliveira chutando na trave. O Cruzeiro ainda não tinha chegado ao gol de João Ricardo e, quando o fez, foi fatal. Triangulação Thiago Neves, Diogo Barbosa e De Arrascaeta. Na pequena área, o uruguaio não vacilou. Se a vantagem do empate já era grande, vencendo, então, melhor ainda. Mas a partida era muito bem disputada. Faltava ao América mais força ofensiva e finalizações. Thiago Neves, muito bem marcado, não conseguia criar, e, dessa forma, os laterais Mayke e Diogo Barbosa eram muito acionados. Pelo o que as duas equipes fizeram na etapa inicial, o empate teria sido mais justo. Porém, o Cruzeiro foi decisivo na única chance que teve diante de João Ricardo e levou a vantagem para o vestiário.

O segundo tempo começou também em ritmo forte. Hudson carimbou a trave em belo chute de fora da área. Hugo Almeida perdeu duas chances: na primeira, recebeu livre diante de Rafael, mas chutou fraco; na segunda, cabeceou certinho, e o goleiro fez defesa espetacular. Nos dois lances houve falha da zaga cruzeirense. Mas o jogo era muito bom, digno de uma semifinal. E para coroar a chegada do Cruzeiro à finalíssima, Hudson fez bela jogada pela esquerda e, diante de João Ricardo, tocou para De Arrascaeta, com o gol livre, fazer 2 a 0. A lamentar o fato de Thiago Neves ter saído machucado. Segundo o médico Sérgio Freire, nada grave.

Está decidido: Cruzeiro e Galo farão a final. O primeiro jogo decisivo será no Mineirão, casa do Cruzeiro. Muito provavelmente, o jogo de volta será no Independência, casa do Galo. O alvinegro tem a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo saldo de gols, mas, pelo futebol que vem apresentando, o time azul não deve estar muito preocupado com essa vantagem, já que nas duas partidas contra o adversário, neste ano, venceu com sobras.

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