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COLUNA DO JAECI

Meu time é Fábio e mais 10!

O torcedor do Cruzeiro não pode e não deve ser injusto e ingrato com Fábio. Ele tem futebol para mais uns três anos. É só querer

postado em 17/05/2017 12:00 / atualizado em 17/05/2017 09:23

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
O goleiro Fábio , para mim o melhor do Brasil há tempos e injustiçado na Seleção Brasileira, deu entrevista magoado por ter voltado a ser titular do Cruzeiro, mas rejeitado por parte da torcida e imprensa. As pessoas no Brasil não têm respeito pelos ídolos e não os admiram como ocorre na Europa. Fábio tem uma linda história no Cruzeiro, campeoníssimo, um cara de caráter ímpar, um cidadão de bem. Já salvou o clube em jogos e mais jogos, garantindo taças e mais taças. Porém, quando erra é questionado como se fora ele infalível. Lembro-me de uma entrevista que fiz com o Rei Pelé, a bordo de um avião da British, indo do Kwait para Londres. Pelé me disse que o único país onde abriam suas malas era no Brasil, e que o povo brasileiro não sabe valorizar seus ídolos. Disse também, na época, que seu filho, Edinho, estava preso apenas por ser seu filho, pois não havia prova contra ele. Pelé entra em qualquer país até sem passaporte, pois é uma das figuras mais conhecidas do planeta. No Brasil, porém, há idiota que diz que ele “calado é um poeta”.

Discordo totalmente. Pelé deveria ter uma estátua em cada estado brasileiro, pois divulgou e divulga nosso país mundo afora há mais de meio século. Não me espanta que Fábio esteja passando por isso. É lamentável o desprezo ao ídolo. Em uma pesquisa de ontem no Globo Esporte, sobre a preferência por Fábio ou Rafael, deu 50,9% para Fábio e 49,1% para Rafael. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Fábio tem 36 anos, títulos conquistados e uma linda história no clube. Rafael ainda vai trilhar seu caminho, pois também é um goleiraço, e mostrou isso no período em que substituiu Fábio. Mas há gente que quer jogar Fábio no lixo. Fosse na Europa, Fábio seria mantido enquanto quisesse e pudesse jogar. Haja vista a situação de Buffon, de 39, goleiro da Juventus, campeão do mundo com a Itália, prestes a conquistar sua primeira Champions League. Os europeus valorizam tanto os ídolos que até mesmo jogadores estrangeiros que ficam muito tempo atuando nas equipes de ponta são convidados a fazer parte da diretoria quando encerram a carreira. Temos vários exemplos com Leonardo, Serginho, Roberto Carlos e outros.

O torcedor do Cruzeiro não pode e não deve ser injusto e ingrato com Fábio. Ele tem futebol para mais uns três anos. É só querer. Sei que a hora de ele parar vai chegar, mas, por enquanto, recuperado de uma cirurgia, nada mais justo que esteja debaixo das traves azuis defendendo bolas impossíveis, dando sua contribuição ao clube no qual trabalha há mais de uma década. Eu sou Fábio até debaixo d’água. Um goleiro com G maiúsculo. E vai aqui um conselho aos apressadinhos e mal-intencionados: respeitem a história de Fábio no Cruzeiro e, acima de tudo, o homem, o chefe de família, que é um cara sensacional. Espero vê-lo com a camisa amarela garantindo vitórias e mais vitórias ao Cruzeiro, ganhando títulos. E que, ao se aposentar, deem a ele um cargo na diretoria, pois conhece o clube como poucos. Vamos aprender a valorizar os ídolos, pois ídolo é eterno. E Rafael, como escrevi acima, terá sua chance no dia em que Fábio parar. É outro garoto do bem, disciplinado, educado e com berço. Garanto que ele quer jogar, mas respeita seu companheiro e, com certeza, seu ídolo também, pois deve ter aprendido muito com Fábio ao longo dos 15 anos em que está no clube. Meu time é Fábio e mais 10.

13 é Galo!

O Atlético goleou o Godoy Cruz por 4 a 1, na noite de ontem, pela Copa Libertadores, no Independência, gols de Cazares (2), Elias e Fred, descontando Garro, garantindo o primeiro lugar do grupo, com 13 pontos, e o direito de fazer em casa o jogo de volta das oitavas de final. O adversário será conhecido por sorteio. O time argentino, com muitos reservas, foi presa absolutamente fácil, e o Atlético deitou e rolou. Não há dúvida de que Roger mudou a cara da equipe a partir do momento em que pôs três volantes, desde a decisão do Mineiro, contra o Cruzeiro. Sugeri isso durante os cinco meses do ano; finalmente, ele enxergou. Elias está jogando muito mais, pois, pela qualidade, pode marcar e avançar e fazer gols, uma característica sua. Cazares foi o dono do jogo. Seria legal vê-lo fazer isso também contra equipes do tamanho do Galo. Não adianta jogar muito contra adversários de qualidade duvidosa e cair de forma assustadora nos grandes jogos. O importante, porém, é que a confiança do torcedor voltou e ele está otimista com o futuro da equipe alvinegra. Agora, o Galo vira a chave e recebe o Fluminense, domingo, também no Horto, pela segunda rodada do Brasileirão.

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