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COLUNA DO JAECI

Galo decepciona no Horto outra vez

O empate por 2 a 2 com a Ponte Preta refletiu aquilo que venho escrevendo há tempos: o Atlético é um time preocupante, que não traduz em campo o que dele se espera, pelas peças que tem

postado em 29/05/2017 12:00 / atualizado em 29/05/2017 08:27

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Horário maravilhoso este das 11h. É o momento de as famílias se reunirem, ir ao Horto torcer pelo Galo e depois almoçar. O que os torcedores não esperavam era ver um Atlético apático, sem inspiração, criatividade ou qualidade. Ganhar de equipes de segunda e terceira linhas é fácil. Difícil é enfrentar defesas fortes, times bem armados, ainda que não sejam do nível do Galo. O empate por 2 a 2 com a Ponte Preta refletiu aquilo que venho escrevendo há tempos: o Atlético é um time preocupante, que não traduz em campo o que dele se espera, pelas peças que tem. Mais um péssimo resultado e uma classificação horrível, que não condizem com o investimento feito.

 O Galo fez a festa da torcida no primeiro tempo, com Robinho. Mas esse gol só saiu aos 36min. O Atlético não fazia boa partida e deixava a Ponte se igualar a ele. De qualquer forma, foi para o vestiário com a vantagem.

Logo no começo do segundo tempo, Cazares obrigou Aranha a fazer grande defesa. Parecia que o Galo ampliaria logo. Porém, o contra -ataque da Ponte foi mortal. Lins cruzou da esquerda, Lucca entrou nas costas da zaga e empatou, 1 a 1. No lance seguinte, em outra boa tabela, tudo pelo lado direito do Galo, Lins tocou novamente e Lucca empurrou para o gol, 2 a 1. Em 5 minutos, a partida virou de forma absurda. A defesa do Galo é mesmo uma peneira. Estes dois zagueiros, Gabriel e Felipe Santana, não têm condições de ser titulares. E ainda vi gente despreparada pedindo Gabriel na Seleção. Brincadeira de mau gosto.

Vendo o caldo entornando, Roger Machado tirou Adílson e pôs Maicosuel. O Galo ficaria então com dois volantes, Elias e Rafael Carioca, com Cazares, Robinho, Maicosuel e Fred. Seria desespero ou necessidade? Em seguida, tirou Cazares, aquele que só joga contra times de terceira linha, e mesmo assim quando está desmarcado, para pôr em campo Rafael Moura. Não gosto dessa formação. Não há um homem para criar jogadas no meio e a coisa fica mais “ao deus-dará”, esperando que num lance de sorte saia o gol. Não adianta uma equipe ter jogadores de qualidade, reconhecidos pelo que fizeram no passado, se eles não são eficientes no momento. Acredito que a história de um atleta deve ser respeitada, mas isso não deve garantir o lugar dele no time. O que conta é o presente.

O Galo caiu de forma assustadora na etapa final. A Ponte até dava espaços, mas o Galo não sabia como chegar à área da Macaca. Não me venham com desculpas de desgaste por causa do horário, ele é igual para ambas as equipes. A verdade é o que venho escrevendo há tempos: o Atlético tem um grupo considerado forte, um técnico estudioso, mas muitas deficiências que ainda não foram corrigidas. Tem dado para o gasto contra equipes de terceira linha do futebol, casos do Campeonato Mineiro e da primeira fase da Libertadores. Porém, quando pega uma equipe bem armada, como a Ponte (que é de nível intermediário), acaba se dando mal.

Tomar sufoco da Ponte, em pleno Independência, não é normal. É preciso corrigir o rumo dessa nau, à deriva no Brasileirão, com apenas dois pontos em três jogos. Foram sete pontos perdidos. Os dois de ontem, irrecuperáveis, pois a Ponte não está no bolo das equipes que vão brigar pela taça. No desespero, Roger tirou Robinho e pôs Otero. Deveria ter posto Otero na vaga de Cazares, pois a equipe ficou sem ninguém na criação quando o equatoriano saiu. Mesmo não jogando bem, ele poderia ter um lampejo e criar alguma coisa. Mas a sorte esteve ao lado do Galo. Aos 35min, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para o He-man, que, de cabeça, empatou por 2 a 2. Havia mais 10 minutos e o tempo extra para a virada. A torcida empurrava o time. Entretanto, não deu. O Atlético precisa se encontrar rapidamente no Brasileirão. Domingo a parada é contra o Palmeiras, em São Paulo. Jogo dificílimo, pois o atual campeão brasileiro vem de derrota para o São Paulo.


Competência celeste


Na Vila Belmiro, o Cruzeiro conseguiu uma Vitória assim, maiúscula, sobre o Santos, com gol de Thiago Neves. Dessa forma, o time azul mostra força e competência, confirmando o que dele se espera como um dos candidatos ao pentacampeonato. Como digo sempre, em competição por pontos corridos cada jogo é uma decisão. Os pontos perdidos agora farão falta no final. A torcida celeste agradece e mantém a esperança de dias melhores nesta temporada. Derrotar o Santos na Vila Belmiro nunca foi fácil. Vitória de quem entrou no Brasileirão para ganhar e não para figurar como tantos outros.

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