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COLUNA DO JAECI

O presidente precisa agir rapidamente

O torcedor conhece futebol, é um termômetro, e, quando a maioria mostra-se insatisfeita, é porque tem algo errado de verdade

postado em 18/06/2017 12:00

Edesio Ferreira/EM/D.A Press
Recebi milhares de mensagens – entre e-mails, posts no meu blogs.uai.com.br/ alterosanoataque, onde gravo vídeos, e no meu perfil no Instagram, jaecicarvalhooficial – de torcedores alvinegros preocupados com o péssimo momento do Galo. Separei duas mensagens interessantes do Robinson Portela e do Guilherme Prado, este assinante do Estado de Minas há mais de 40 anos. Como ambos escreveram o pensamento da maioria, vou traduzir aqui:  Guilherme diz que concorda com tudo o que escrevi na coluna de quinta-feira, e questiona a preparação física do time, que, segundo ele, está abaixo da crítica, tamanho o número de jogadores machucados a cada semana. Ele lamenta a morte de Eduardo Maluf e a ausência de Alexandre Kalil, hoje brilhando no comando da prefeitura de BH. Robinson Portela questiona o trabalho de Roger e lamenta que o Atlético não tenha um Abel Braga no comando. Diz ainda que não há técnico de nível, desempregado. Vamos por partes: acredito que o departamento de preparação física do Galo deva dar uma explicação sim para tantas contusões musculares. É sabido que Carlinhos Neves é um craque, dos melhores do país, e o departamento está sob seu comando.

Quanto ao técnico, realmente, Roger Machado (foto) está devendo, levando-se em conta que jogadores consagrados e contratados a peso de ouro estão rendendo abaixo do esperado. Muita gente diz que o Atlético contratou ex-jogadores em atividade. Neste ponto, discordo. Acho Fred um baita artilheiro, embora o futebol moderno não comporte um centroavante paradão na área. E ele tem saído muito para buscar a bola, que não chega. Robinho também não pode ser chamado de ex-jogador, mas está muito abaixo do que pode render. O problema do Atlético está no meio-campo, que não marca ninguém, explode a defesa e não cria para os atacantes. É uma bola de neve. Elias tem que marcar, sozinho, e ainda chegar à frente. Rafael Carioca parece ter cadeira cativa. Peguem o jogo contra o Atlético-PR e vejam como ele perde a bola várias vezes e não volta para dar combate. Aí, explode na zaga, que é fraca, e o Atlético vai perdendo jogos e pontos. Os pseudos criadores de jogadas, Cazares e Otero, são dois engodos. Meio ano já se foi e até agora, nada. Vi muita gente elogiando Cazares quando teve grande atuação contra uma dessas equipes de quinta linha do futebol. Aí, meu caro, até eu jogo.

No que diz respeito a Alexandre Kalil, maior presidente da história do clube, com conquistas fantásticas, é claro que ele faz falta, por sua visão, comando e qualidade. Porém, BH precisa do trabalho dele, que aliás, tem sido muito benfeito, privilegiando os pobres, a população carente. Ele tinha em Daniel Nepomuceno como seu vice, e Nepomuceno é um ótimo gestor, grande caráter, e jamais se furtou a contratar. Talvez tenha contratado errado, induzido por outras pessoas, mas, se peca, é por excesso, jamais por omissão. O futebol do Atlético está abaixo do esperado e acredito que o presidente enxergue isso também. Não acho que ele deva passar a mão na cabeça dos jogadores, nem do treinador. Não adianta esperar muito tempo para trocar, pois, daqui a pouco, o caldo entorna de vez e o Galo fica a ver navios. Deu uma sorte incrível de pegar o Jorge Wilstermann, da Bolívia, na próxima fase da Libertadores, e, se avançar, seu caminho é, teoricamente, mais fácil que o outro lado, onde estão os brasileiros. Por isso mesmo, é necessário que Daniel Nepomuceno detecte se é possível manter Roger ou se é necessário trocá-lo imediatamente. Não acredito em vitória sobre o São Paulo, hoje, no Morumbi, e, sendo assim, a situação dele ficará insustentável.

Defendi Roger aqui neste espaço e no meu canal do blog, porém, percebo a cada jogo que o time não tem padrão nem esquema tático. Isso é um grande complicador. A cada partida, e mesmo nas vitórias, o Galo joga mal, ganha, muitas das vezes na sorte de uma bola, e nada mais. É pouco para quem tem Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Elias, Fred e Robinho. Jogadores de alto nível. E os jovens que compõe o grupo não estão conseguindo se firmar. O meio-campo, exceto Elias, como escrevi acima, sobrecarrega o time todo. É preciso achar, urgente, dois volantes para atuarem ao lado de Elias. Isso é uma realidade. Só não enxerga quem não quer. Espero que os comandantes do Galo enxerguem o problema, e resolvam a questão, antes de o caldo entornar de verdade. O torcedor conhece futebol, é um termômetro, e, quando a maioria mostra-se insatisfeita, é porque tem algo errado de verdade. Como não visto camisa de time nenhum trabalhando, venho alertando o problema alvinegro desde o começo da temporada. Tem gente que mascara para fazer média ou pela paixão. Por isso, o time vai de mal a pior.

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