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COLUNA DO JAECI

Vitória tira Galo do Z-4

Pelo grupo caro e pelos jogadores que tem, o que se espera do Atlético é a disputa pela taça, e não a figuração na tabela

postado em 19/06/2017 12:00 / atualizado em 20/06/2017 21:48

Bruno Cantini / Atlético

O Atlético derrotou o São Paulo por 2 a 1, no Morumbi, gols de Cazares e Rafael Moura, descontando Marcinho, numa partida em que mandou no primeiro tempo, caiu nos 30 minutos da fase final, mas conseguiu o gol da vitória numa falha do zagueiro Lucão. Se o Galo ainda não foi o que o torcedor deseja, pelo menos jogou com uma vontade incrível, encarando o adversário de igual para igual, mesmo fora de seus domínios. O meio-campo teve atuação melhor, marcando mais e até criando chances. Pena que a bola rolou menos de 50%, o que é um desrespeito ao torcedor brasileiro. Mas o que se vê no nosso futebol é exatamente isso. O resultado tirou o Galo da zona de rebaixamento, e uma frase de Rafael Carioca definiu bem o momento: “A vitória serve para aliviar a pressão, não é fácil vencer o São Paulo no Morumbi, e isso nos dá mais tranquilidade para o jogo com o Sport”. É verdade.

O técnico Roger Machado, na corda bamba, se equilibra um pouco mais, e espera que os jogadores machucados deixem o estaleiro e possam ajudar o Atlético e chegar à frente, perto de Corinthians e Grêmio, equipes mais consistentes da competição. Pelo grupo caro e pelos jogadores que tem, o que se espera do Atlético é a disputa pela taça, e não a figuração na tabela.

Se tudo o que o Galo precisava era fazer um gol de cara, conseguiu. A marcação agressiva do alvinegro levou o São Paulo ao erro. Cazares recebeu na entrada da área, ajeitou e fuzilou, fazendo 1 a 0. Era um começo de jogo em que o Galo tomava a iniciativa, postura bem diferente dos últimos jogos. Atuava bem, tocando a bola, virando o jogo, buscando os espaços. Era o dono do jogo, empurrando o São Paulo para trás. O time paulista, muito mal comandado por Rogério Ceni, não criava, marcava mal e não tinha iniciativa.

Mas o Galo estava com seus volantes muito avançados. E num desses avanços, Pratto foi lançado nas costas deles, e quase marcou. Na jogada seguinte, Marcinho entortou Fábio Santos e cruzou. Pratto chutou de primeira, para fora. O São Paulo começava a chegar. Mas o Galo mantinha sua postura de realmente querer vencer. Teve uma boa oportunidade com Elias, que Lucão chegou e espanou para escanteio. O árbitro, erroneamente, deu tiro de meta. Numa bobeira da zaga são-paulina, Robinho deixou Rafael Moura na cara do gol. Ele atrasou para Renan Ribeiro, perdendo ótima chance. E no finzinho, Cazares, pela direita, fez boa jogada e cruzou para Robinho fuzilar nas costas de Lucão. O Galo foi para o vestiário com a vantagem merecida, pois foi mais time e teve as melhores oportunidades.

Toda a vantagem, no entanto, foi jogada fora com menos de um minuto do segundo tempo. Jogada pela esquerda, Alex Silva não marcou, a bola chegou a Marcinho, que tocou para o fundo do gol: 1 a 1. E o São Paulo foi criando uma chance atrás da outra. Numa delas, Pratto cabeceou, Victor já estava batido, mas a bola foi para fora. O jogo era lá e cá. Rafael Moura recebeu na área, driblou o zagueiro e foi derrubado. Pênalti claro que o árbitro ignorou, e ainda deu amarelo para Rafael Carioca, por reclamação.

No lance seguinte, Pratto perdeu outra chance incrível, de cabeça. Era outro jogo, com as duas equipes buscando o gol. Sem dúvida, o São Paulo melhorou muito. Mas o Galo não se entregou e na bola aérea ameaçava. Cícero cabeceou contra o próprio gol e Renan Ribeiro foi obrigado a fazer grande defesa. Numa falha da defesa paulista, Lucão rebateu mal, a bola sobrou para Rafael Moura, que mandou para o gol. 2 a 1. Daí em diante, o Galo tratou de se fechar, para evitar jogadas agudas do São Paulo. E conseguiu seu objetivo, levando três preciosos pontos para BH, onde na quarta-feira vai enfrentar o Sport, no Independência, para confirmar que está no campeonato para disputar o título, e não apenas para figurar, como tem feito até aqui.


Cruzeiro

O time azul recebe o Grêmio, vice-líder do Brasileirão, nesta noite, no Mineirão. O time de Renato Gaúcho pratica o melhor futebol do Brasil, com qualidade, consistência e muito bem treinado. O Cruzeiro precisa reagir se quiser pensar em título. É uma equipe inconstante, com muitas deficiências e pouco poder ofensivo. Os times dirigidos por Mano Menezes são econômicos em gols, mas essa postura tem que mudar, para que o torcedor possa confiar no time. Vitória hoje poderá dar uma guinada no rumo da Raposa, mas será preciso jogar muita bola, pois dentro ou fora de casa o Grêmio tem encantado. É o único que realmente joga bonito no nosso futebol.

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