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COLUNA DO JAECI

A verdade sobre a Arena do Galo

O Atlético está a poucos passos de fazer, talvez, o melhor negócio da sua história: continuar proprietário de metade do principal shopping da cidade e ainda ter 100% da melhor arena do Brasil

postado em 02/08/2017 12:00 / atualizado em 03/08/2017 09:03


Recebo das mãos de um amigo atleticano de quatro costados, e conselheiro do clube, todos os dados do projeto da arena, que deverá ser construída tão logo o Conselho Deliberativo aprove. Será isso que o presidente Daniel Nepomuceno apresentará ao seu Conselho. Na íntegra, publico, com exclusividade.

“Na década de 1980, quando recuperou o terreno do seu campo no bairro de Lourdes por meio de uma ação dos advogados Moreno Netto, José Ramos Filho e Demétrio Mendes Ornelas, o atleticano não poderia imaginar que começava ali a redenção definitiva do clube. Do resgate do terreno à construção do shopping, o Atlético criou a condição para seu passo decisivo no sentido de se alinhar com os principais clubes de futebol do planeta e ter a sua “casa própria”. Hoje, o entretenimento é uma das indústrias que mais cresce no mundo. E o futebol vem se destacando como o maior entretenimento do planeta.

É nesse cenário que o Atlético está a poucos passos de fazer, talvez, o melhor negócio da sua história: continuar proprietário de metade do principal shopping da cidade e ainda ter 100% da melhor arena do Brasil, sem tirar nenhum centavo das suas receitas. Há alguns anos, foi contratada a consultoria do Banco Brasil Plural para fazer um levantamento de avaliação indicativa do shopping e um estudo de viabilidade financeira para a construção da Arena. Esse estudo apontou uma avaliação do Shopping Diamond Mall em R$ 793 milhões, se o shopping não estivesse completamente alienado. Como ainda restam 9 anos de alienação, a avaliação real para hoje seria de R$ 494 milhões. De posse desse valor, foram contatados 50 grandes fundos de investimento para apreciarem uma possível compra do ativo, segundo o consultor contratado pelo Galo, Flávio Guimarães. Desses 50, apenas 16 se interessaram em receber o material da consultoria e, desses 16, apenas cinco se aprofundaram em estudos mais dedicados. Desses cinco, apenas um, o fundo VINCI, ofereceu uma proposta ao Atlético: R$ 220 milhões por 100% do estádio. O Clube recusou a oferta e iniciou uma longa e dura negociação com a Multiplan.

Várias razões explicam um interesse tão baixo pelo ativo. O varejo está vivendo uma revolução. As vendas pela internet cada vez mais fazem cair o movimento dos shopping centers ao redor de todo o mundo. É nesse cenário que o Atlético conseguiu arrancar da Multiplan a proposta de R$ 250 milhões por 50,1% do shopping, continuando ela, a Multiplan, com a gestão (como foi desde o começo) e dando ao Atlético a garantia do poder de veto, explica Pedro Tavares, Diretor de Planejamento do Atlético.

Esse valor de R$ 250 milhões, aliado aos R$ 100 milhões da venda de quase 5 mil cadeiras cativas (60% desse valor já garantido pelo BMG) e somado aos R$ 60 milhões do Naming Rights (também praticamente já garantidos), é que possibilitará ao Galo construir a sua arena 100% própria e sem retirar nenhum real do seu caixa. O Atlético está muito perto de dar um salto gigantesco para se consolidar de vez entre os 5 maiores do Brasil e um dos grandes do mundo. Com a nova arena, o Atlético tende a crescer e fidelizar ainda mais a sua torcida. Hoje, a Região Leste, onde se localiza o Independência (e o acesso é difícil), tem em torno de 202 mil habitantes. A nova arena estará localizada na Regional Oeste, com mais de 300 mil habitantes, e estará a apenas 8 quilômetos da Região do Barreiro, que também tem mais de 300 mil habitantes, e muito mais próxima de Betim e Contagem, que têm mais de 1 milhão de habitantes. Ou seja, apenas no entorno do estádio teremos mais de 1 milhão e seiscentos mil habitantes.

Tudo isso sem falar na facilidade do acesso. A nova arena estará localizada em terreno de 56 mil metros quadrados, doado pela MRV, em plena Via Expressa. Ao lado do Anel Rodoviário, a poucos metros de uma estação do metrô e com muitas linhas de ônibus passando na porta.

A tendência da arena própria é mundial. Além da possibilidade de se apropriar de todas as receitas que giram em torno do espetáculo (bares, comida, bebida, ticket etc), arenas como a do Galo irão possibilitar uma melhor setorização e precificação dos ingressos, viabilizando a prática de preços populares em alguns setores. Em outras palavras, estamos falando da volta da “geral”, convivendo harmonicamente com as cadeiras e camarotes. É tudo o que o torcedor quer. E ainda tem a possibilidade de ser um verdadeiro caldeirão para 41.800 torcedores. A italiana Juventus sabe muito bem o que isso representa. Depois que construiu sua nova arena (considerada a mais moderna do mundo), viu suas receitas se multiplicarem, sua torcida presente maciçamente em campo e os resultados simplesmente históricos: 6 vezes campeã italiana nos últimos seis anos. É para esse lugar que o Galo está indo.”

Jogo

Na partida de hoje, no Mineirão, às 21h, contra o Corinthians, o Galo vai tentar o que 23 equipes não conseguiram até agora: quebrar a invencibilidade do Timão. E vencendo, o time se fortalece para o compromisso do dia 9, contra o Jorge Wilstermann, pela Libertadores. Que bom ver o Galo jogar no Gigante da Pampulha, palco de suas maiores conquistas.

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