Galo perde mais uma. Cruzeiro desperdiça dois pontos em casa

O Corinthians disputa um campeonato à parte e, muito provavelmente, será o campeão. Os outros 19 times disputam outra competição, que é conseguir vaga no G-6 para a Libertadores. E como a Libertadores deste ano ainda está rolando, o Atlético foi ao Sul enfrentar o Grêmio com o time reserva, assim como o adversário. Se ambos estão na principal competição internacional, fizeram muito bem. O problema é que o time reserva do Grêmio, enxertado por Luan e Pedro Rocha, é simplesmente muito bom. Já o do Galo não tem competência tão grande. A derrota por 2 a 0 foi justa, com direito até a pênalti perdido por Robinho. Que displicência. Paulo Victor pegou, no meio do gol. O Galo tem o jogo de sua vida, quarta-feira, em BH, contra o Jorge Wilstermann, e descansou seus principais jogadores para este compromisso.

No futebol brasileiro, os times jogam demais. É uma competição em cima da outra. A única opção é mesmo poupar atletas e priorizar o que há de mais importante. Como o Brasileirão já era, o Galo tem mesmo que se preocupar em avançar na Libertadores. Porém, é bom lembrar que, mesmo longe do título nacional, é preciso pontuar para encostar no G-6 e garantir vaga na Libertadores do ano que vem. A não ser que a ganhe este ano e continue garantido. Não tenho a menor dúvida de que o Galo, em má fase ou não, vai golear o time boliviano. Se Fred, Robinho, Elias e Cazares jogarem um pouquinho mais, tenho certeza de que os gols sairão, e que a equipe mineira vai avançar e encarar o River. Aí, sim, um jogão. O Monumental de Nuñes estará lotado, pois o jogo de ida será lá. E o Mineirão, no jogo de volta, vai quebrar recorde. Vejam bem: já estou pondo o Galo na próxima fase, pois é inadmissível qualquer outro resultado, diante da fragilidade do Jorge Wilstermann. Portanto, Micale e jogadores, o recado está dado. É obrigação moral do Atlético vencer, se possível golear, e deixar sua gente um pouco mais feliz e tranquila.

Copa do Brasil

O Cruzeiro empatou com o Botafogo em 0 a 0, no Mineirão. A trave salvou o alvinegro, ao passo que Marcus Vinícius, ex-Cruzeiro, perdeu o gol mais feito da história. Claro que o Cruzeiro queria chegar ao G-6, mas não foi dessa vez. Os jogadores também estão com a cabeça na decisão contra o Grêmio, pela Copa do Brasil. Por mais que o primeiro jogo decisivo esteja distante, é claro que os jogadores sabem que avançar à final significará a salvação do ano, pois o primeiro jogo será na Arena do Grêmio, e o segundo, no Mineirão, que estará lotadíssimo. Acredito em quebra de recorde de renda também. O Botafogo vai decidir uma passagem à final, contra o Flamengo, que está em crise. Vejam bem: o Botafogo do excelente técnico Jair Ventura Filho abriu a temporada desacreditado, e hoje está muito bem nas duas competições mata-mata. Antes da Copa do Brasil, vai jogar pela Libertadores, quinta-feira, no Engenhão.

O Cruzeiro não jogou mal, porém, perdeu chances incríveis. Desperdiçou a oportunidade de tomar a vaga do Flamengo. Já havia feito isso contra o Vitória, na semana passada, embora tenha goleado o Vasco, na quinta-feira. Como escrevo há algum tempo, e o torcedor já percebeu, o Cruzeiro é um time instável, no qual não se pode confiar. Faz uma grande partida, numa quinta, e uma ruim, no domingo. Realmente é difícil. Como no Brasileiro só lhe resta brigar por vaga no G-6, a Copa do Brasil, onde tem tradição, é a grande oportunidade de fazer sua torcida feliz. O problema é que o torcedor nunca sabe que equipe entrará em campo, pois quando começa a acreditar, após grande vitória, o time joga mal, cai de produção e, em dois jogos em casa, perde quatro pontos, Vitória e Botafogo, e decepciona mais uma vez. Menos mal que Flamengo, Sport e Palmeiras perderam e a situação do time azul não ficou tão ruim assim. Mas, se quiser pensar em taça na Copa do Brasil, que treine mais, acerte a pontaria, que crie mais, que vença mais. A instabilidade é o maior adversário do time azul.

Corinthians dispara

O Corinthians disparou na ponta, com 47 pontos, e precisará apenas de mais 27 pontos para ser campeão brasileiro, com 74 pontos. É um time sem nenhuma estrela, mas muito bem treinado por Fábio Carille, onde o esquema de jogo privilegia o contra-ataque. Há jogadores comprometidos com a camisa, com o time, com a instituição e com o técnico. Por isso, caminha, sozinho, para erguer o principal troféu do Brasil, mais uma vez. Num futebol sem craques, é fundamental ter um técnico que privilegie o conjunto, o grupo. Dessa forma, o até então desconhecido Fábio Carille vai fazendo história, com a melhor campanha da era dos pontos corridos. Como escrevi acima, o campeonato do Corinthians é um, dos outros 19 times, é outro, bem diferente.