O Cruzeiro terá o primeiro jogo de sua vida, neste ano, diante do Grêmio, na arena do time gaúcho, pela Copa do Brasil. O jogo de volta será quarta-feira que vem, no Mineirão. E por que o primeiro jogo de sua vida? Porque só salvará o ano se chegar à final da Copa do Brasil. E a primeira coisa que o técnico Mano Menezes deve dizer na preleção, antes de o time entrar em campo, é que os jogadores não devem ter medo de perder, pois se tiverem medo de perder terão perdido a vontade de ganhar. O Grêmio pratica o melhor futebol do país. O Corinthians será o campeão brasileiro pela regularidade, conjunto e por ter feito um número absurdo de pontos no turno do Brasileiro, mas não mostra o futebol bonito e de qualidade do time gaúcho. E como Copa do Brasil é mata-mata, bem diferente dos pontos corridos, o Grêmio fica ainda mais forte. É o único pentacampeão da competição e vai em busca do hexa, para se distanciar do Cruzeiro, dono de quatro conquistas.
O Cruzeiro tem sido irregular no Brasileirão. Ganha uma partida, nos enche os olhos, e na outra chuta o balde, derrubando todo o “leite” que recolheu. Como uma vaca holandesa que dá 100 litros de leite e chuta o balde. Tem um belíssimo time do meio pra frente, mas os jogadores contratados como cereja, Thiago Neves e Rafael Sobis, mostram a mesma irregularidade do time. Fazem partidas muito boas e desaparecem em outras. Esta noite será a hora de mostrar algo mais. O Cruzeiro está abaixo do Grêmio, mas nada o impedirá de fazer uma grande partida e buscar o resultado que lhe interessa. E resultado interessante, além da vitória por qualquer placar, será um empate com gols. Nesse caso, entraria em vantagem no jogo de volta. E qualquer vantagem pode se tornar gigantesca, desde que a equipe saiba jogar com ela. O Cruzeiro tem uma defesa fraca e inconstante. Não tem um centroavante que empurre a bola para as redes, mas deve e pode explorar a velocidade de Alisson, que tem se firmado de uns tempos para cá. Uma pena não ter De Arrascaeta. Ao lado de Thiago Neves, ele havia crescido de produção.
É preciso ficar atento a Luan, o grande craque gremista, e ao atacante Pedro Rocha, que sabe fazer gols. Se Mano escalar o meio-campo com dois volantes de boa marcação e cobertura, poderá colar um deles em Luan e anular as principais jogadas do time gaúcho. A Raposa não terá Sassá, que já atuou pelo Botafogo na Copa do Brasil e não está inscrito. É ele quem tem feito os gols do Cruzeiro, e essa missão nesta noite caberá justamente a Sobis, que ainda não justificou sua contratação. Tem feito jogos muito ruins. Nada, porém, que não possa mudar a partir desta noite. Saber que o Cruzeiro desembarcou em Porto Alegre, na segunda-feira, pensando na vitória me deixa mais animado.
E não existe esse negócio de que no ano passado o Cruzeiro foi eliminado pelo Grêmio nesta mesma fase. A partida desta noite será outra história, outro contexto, embora o Grêmio tenha até melhorado da temporada passada pra cá. É jogar de forma inteligente, respeitando o Grêmio, mas atacando, em busca do gol. Se jogar fechado, atrás, mudando sua característica, esperando o adversário, vai acabar perdendo, talvez até a classificação, pois se o Grêmio fizer 2 a 0 acho difícil o Cruzeiro reverter a vantagem. Por isso, é buscar o gol, esquecer que está na casa do adversário – claro, tendo seus cuidados –, mas atuando como o time grande que é, mostrando sua capacidade ofensiva. Embora eu ache os times dirigidos por Mano Menezes econômicos em gols, ele tem conseguido mudar essa história no Cruzeiro. Entretanto, o problema tem sido a zaga, que entrega constantemente. Que esta noite seja diferente.
Prestígio
Durante o casamento dos doutores Felipe Kalil e Luiza, fizemos uma roda de bate-papo com o prefeito de BH e pai do noivo, Alexandre Kalil; o presidente dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa; o diretor executivo Zeca Teixeira da Costa; e o secretário municipal de finanças Fuad Noman Filho, que nos contou o seguinte: “Fomos eu e o prefeito Kalil a Brasília, nos reunir com o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, mineiro de Ubá, para buscar recursos para Belo Horizonte. Assim que entramos, o presidente da Caixa, atleticano de quatro costados, chegou com duas camisas do Atlético e antes de qualquer coisa pediu a Alexandre Kalil para autografá-la. Kalil autografou, ele guardou o troféu e eu disse ao ouvido de Kalil: ‘já conseguimos nossos recursos’. Que prestígio meu caro prefeito, você é um mito.” E não é que conseguiram mesmo!?