São Paulo – O sábado da Seleção Brasileira foi de folga e Daniel Alves e Neymar foram ao casamento de uma atriz com o piloto Xande Negrão. Nada mais justo, pois o Brasil está classificado para o Mundial e a partida de amanhã, contra o Chile, servirá para o técnico Tite fazer alguns testes. Para os chilenos é final da Copa do Mundo, já que uma vitória os garante no Mundial da Rússia. Já os argentinos, que precisam vencer o Equador para ter chance de classificação, serão Brasil desde pequenos, pois uma vitória brasileira os ajudará muito, desde que façam sua parte em Quito. Claro que o Brasil não vai fazer corpo mole, mas que tem muita gente torcendo para que os hermanos não estejam no Mundial, ah, isso tem! Eu sou um deles. Depois de ver a marra desses jogadores vizinhos passei a torcer contra. Os caras se sentem deuses, intocáveis. Messi, por exemplo, joga muito no Barça. Parece um tigre. Na seleção, é um gatinho, manso, sem a menor inspiração. Como diz uma mensagem que circula nas redes sociais, as pessoas veem Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo como heróis. Na verdade, heroína é a professora Helley Abreu Batista, da creche de Janaúba, que morreu para salvar 25 crianças do incêndio criminoso, causado por um monstro. Mesmo com o corpo em chamas, ela conseguiu forças para salvar algumas crianças e lutou com o monstro Damião Soares para que ele não conseguisse incendiar os garotos e o local. Seu nome será esquecido rapidamente, enquanto esses caras continuarão a ser idolatrados no mundo da fantasia que é o futebol.
Encontrei com meu amigo Luizão, pentacampeão em 2002, que jogou em Corinthians, Palmeiras e Vasco. Um cara simples, nascido em Rubineia, interior paulista. Fomos ver a comédia, Um casamento feliz, do nosso amigo Eri Jhonson. Ele dirige e atua na peça. Luizão comentava comigo como era gostoso no nosso tempo. Os jogadores conversavam conosco, davam entrevistas à vontade e conviviam bem com a imprensa. Hoje, os caras mal dão um chute na bola e já têm mil assessores querendo tomar conta da vida deles. Luizão, assim como outros de sua época, é de carne e osso, sem frescuras ou “não me toques”. Pelé, Zico, Dirceu Lopes... O primeiro, o maior de todos, o segundo e o terceiro, gênios da bola, nos respeitam até hoje e sempre nos trataram de forma igual. Hoje, esses que se sentem “celebridades” têm realmente muito dinheiro. Porém, o caráter e o berço jamais terão. Claro que há exceções, mas é difícil encontrar.
Eu adoro cobrir a Seleção Brasileira, a instituição que foi consagrada por Pelé e outros monstros sagrados. Independentemente de quem esteja vestindo a camisa amarela, somos brasileiros e torcemos, pois é o esporte que escolhemos para amar. Porém, é bom os jogadores saberem que o maior patrimônio esportivo da Seleção é o torcedor. Sem ele, a equipe Canarinho não teria significado. Portanto, tratar bem os fãs é obrigação. Não gosto desse negócio de equipe isolada, entrando em ônibus na pista do aeroporto, confinada em hotel. Tem que dar a cara a tapa para não acontecer o que aconteceu em 8 de julho de 2014, no Mineirão, quando tomamos 7 a 1 no lombo e os caras saíram sem a menor vergonha. Se hoje tudo está maravilhoso, com as vitórias e a classificação, amanhã tudo pode mudar, pois com nossa exigência, o que vale é a taça do mundo. O resto é perfumaria. Por isso mesmo, acho que Tite deve se preservar e parar de tentar recuperar jogador irrecuperável. Thiago Silva, por exemplo, é um deles. Não tem a menor condição de estar na Seleção. E Rodrigo Caio, convocado pelo seu corte, é fraco. Ainda espero ver Tite mostrar humildade e corrigir o erro de não chamar o goleiro Fábio, do Cruzeiro. Para uma Copa do Mundo, é o nome certo para o lugar certo. Experiente, vencedor e campeão. O que Tite espera mais de um goleiro?
'Vender vaga'
Diz um grande cruzeirense, meu amigo, que o Cruzeiro vai 'vender vaga' na Copa Libertadores de 2018, já que está garantido como campeão da Copa do Brasil e, no momento, no G-4 do Brasileirão. Bom para os times que estão em sétimo e oitavo lugares, pois poderemos ter G-8, caso o Flamengo ganhe a Sul-Americana. Pena que o Cruzeiro engrenou tão tarde, pois, se tivesse acelerado um pouquinho antes, poderia brigar pelo título brasileiro.
Nível péssimo
A cada ano que passa, o nível técnico do Brasileirão vai caindo de forma assustadora. Não se surpreendam se a TV ganhar a briga com a CBF e conseguir voltar à fórmula do mata-mata. Dizem que é mais emocionante, e eu concordo. Porém, o campeonato por pontos corridos premia a equipe mais regular, e isso se chama justiça. O problema é que a equipe mais regular é a menos ruim da competição. Isso é péssimo.