Confesso que o Brasil melhorou muito, mas ainda está aquém de França, Portugal, Itália, Espanha e Alemanha. Uma coisa é ganhar de adversários desqualificados por essas bandas da América do Sul. Outra, bem diferente, é enfrentar adversários europeus, com uma escola forte técnica e fisicamente. É sabido que nossos jogadores atuam na Europa, mas na Seleção a história é outra. É preciso muito mais do que estamos vendo. Neymar evoluiu bastante. Numa roda, no CT do Palmeiras, domingo, conversávamos eu, Mauro Naves, Wellington Campos, Alexandre Mattos e o pai de Neymar. Mauro disse a ele que seu filho fizera uma de suas melhores partidas na Seleção contra a Bolívia, mesmo sem ter feito gol. É verdade. Neymar pintou, bordou e consagrou o goleiro Lampe, que fez defesas incríveis. Além disso, correu como um garoto de 15 anos na altitude de 3.600m, sem nada sentir. Um partidaço desse que é a nossa maior esperança. E ele parou de cair, de levar cartão, e parece bem mais consciente do seu papel à frente dos companheiros. É isso que queremos ver de Neymar na Copa. Um jogador integrado ao time, com confiança, que é a estrela maior, com humildade. Ele deve isso ao técnico Tite, que conversou com ele, o orientou e mostrou a importância de ele ser um jogador de conjunto, de grupo, mesmo sendo nossa grande referência.
E o futebol de Neymar cresce quando ele atua ao lado de Philippe Coutinho, que está comendo a bola no Liverpool, e, que na janela de janeiro, poderá ser contratado pelo PSG, que entrou na briga com o Barcelona. Vejo o Brasil mais respeitado, mais forte, mais coeso e muito focado no objetivo. Já disse que acredito que a Alemanha vá ganhar a Copa novamente, mas acho que se Tite fortalecer esse grupo mentalmente e aplicar sua filosofia até o Mundial, poderemos crescer bastante. Não há como negar que Brasil, Itália e Alemanha figuram como favoritas em todos os Mundiais. Mas, hoje, há outras equipes correndo por fora, como França e Espanha, cada uma com um título mundial, e Portugal, doido para entrar para o seleto grupo.
Tem muito brasileiro torcendo contra hoje para deixar a Argentina fora da Copa. Claro que Tite e seus jogadores têm compromisso com a vitória e a decência. Se perdermos, no que não acredito, será porque jogamos mal realmente. Os jogadores têm caráter, são decentes e Tite, nesse aspecto, é um dos caras mais corretos que conheço. Como eu disse no começo da coluna, Tite tem um dilema, mas acho que vai optar por manter sempre o time titular e colocá-lo para jogar o máximo possível, mudando algumas peças no intervalo dos amistosos. É assim que uma equipe ganha conjunto e que o treinador dissipa suas últimas dúvidas.