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DA ARQUIBANCADA

Mirem-se no exemplo da Chape

Cá entre nós: meu estilingue está nervoso e destemperado ou os dirigentes americanos merecem de fato as críticas?

postado em 02/12/2016 12:00 / atualizado em 02/12/2016 11:25

AFP / NELSON ALMEIDA

Antes de tudo, #ForçaChape! Já disse aqui e repito: pessoalmente, nada tenho contra nenhum dos dirigentes, nem contra empregados remunerados do América. Pelo contrário, gostaria que eles fossem os mais competentes do mundo. Porém, como torço pelo Coelho desde criança e há 40 anos sou jornalista daqueles que pesa prós e contras e busca o equilíbrio antes de emitir opinião, a mistura de paixão e ética faz com que diga verdades que às vezes incomodam os que são vidraça.

Não atiro pedras à toa, por rebeldia juvenil (faz tempo isso aí...) ou pelo prazer de testar a pontaria e agredir as pessoas. Aliás, palavras duras não podem ser consideradas pedras quando na base das críticas está a vontade de contribuir com o América do jeito que posso: observando, pensando, escrevendo. É como se diz: cada um na sua.

O América foi campeão mineiro’2016 e vibrei, fiquei feliz e orgulhoso do meu time. Porém, na sequência, diante dos insucessos do clube nas principais competições nacionais, como torcedor insatisfeito e como jornalista sem rabo preso com ninguém, não quero ocultar com tinta verde a parede mofada e nem apagar o fracasso retumbante do time no Campeonato Brasileiro para refrear as críticas e dizer que está tudo certo quando, definitivamente, não está.

E aí você se pergunta: quais são os motivos dos insucessos do América nas principais competições de futebol no Brasil? As respostas vêm aos montes, pois os erros são cumulativos e repetitivos, desde 2011. Daí, a memória de torcedor e jornalista rebobina o filme e vê na tela o grave equívoco dos dirigentes naquele ano: não montaram um bom time e o clube voltou à Segundona.

Ali foi cometido o primeiro pecado capital, pois todos sabiam (em especial, a diretoria) que, em 2012, o novo Independência seria inaugurado. Ora, deveriam ter investido o máximo possível para manter o América na Primeirona e assim disputar 19 partidas em casa contra alguns dos maiores clubes brasileiros, o que traria benefícios imediatos: 1) Visibilidade nacional e internacional e consequente valorização da marca América; 2) Lucro maior com o aumento dos valores pagos por patrocinadores presentes no uniforme e em placas de publicidade no estádio; 3) Aumento de público e renda; 4) Provável crescimento do número de torcedores; 5) Manutenção da cota de TV – quase 10 vezes maior na Série A.

Ou seja, a caída para a Série B foi uma descida ao inferno. Temporada que durou quatro longos e sofridos anos, plenos dos mesmos erros cometidos em 2011. E agora, depois de subir, lá vamos nós de novo dançar a dança dos condenados a chutar a bola que o diabo amassou. Cá entre nós: meu estilingue está nervoso e destemperado ou os dirigentes americanos merecem de fato as críticas?

Para encerrar, um reconhecimento: mesmo com todas as críticas que faço, nunca recebi ameaças por parte dos dirigentes do América. Que continue assim. E que provem seu amor ao clube tornando-o mais forte e vitorioso. Mirem-se no exemplo da competente Chapecoense (foto).

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