Os dois foram campeões mineiros em 2016. No masculino, depois de colocar a faixa no peito, os dirigentes descansaram em berço esplêndido e se esqueceram de que a Série A é infinitamente mais difícil que o Mineiro. Descansados e esquecidos, não montaram um time com qualidade à altura da competição, e o clube terminou na lanterna, protagonizando o maior vexame de sua história futebolística.
Porém, o feminino é outra coisa. Em 2016, o América classificou-se em 12º lugar na Série A. Pela lógica, deveria permanecer na Primeirona. Porém, como no Brasil da era Temer o que mais se vê são mudanças de regras e abusos de poder, a CBF diminuiu de 20 para 16 o número de participantes e sacou da cartola uma nova fórmula que, injustamente, atropelou as Coelhinhas e, estranhamente, resgatou o Vitória, 17º colocado – cinco posições atrás do América.
Do site da CBF: “Os participantes serão definidos da seguinte forma: uma vaga para o campeão da Copa do Brasil de Futebol Feminino’2016, o Audax/Corinthians; outra para o vencedor do Brasileirão’2016, o Flamengo/Marinha; além de oito para os oito primeiros colocados do Ranking Nacional de Clubes de Futebol Feminino de 2017 e seis para os seis primeiros da classificação final do Campeonato Brasileiro Masculino da Série A 2016”. No masculino 2016, o Vitória ficou em 16º, logo, não está entre os seis primeiros; e no Ranking Feminino’2016, o América foi o 24º e o Vitória o 54º... Manipulação, teu nome é CBF.
Estreia chocha
Uma das marcas do time do América em 2016 foi a incapacidade de fazer gols: apenas 23 em 38 jogos. Na estreia oficial em 2017, o 0 a 0 com o Ceará deve, desde já, acender o alerta para jogadores, treinador e dirigentes americanos. É o óbvio: para vencer precisa fazer gols. Pelo menos, um. Por outro lado, não levar gols e permitir ao adversário apenas um chute perigoso mostrou que o sistema defensivo do Coelhão funcionou bem. Do primeiro ao último apito do árbitro, a equipe esteve compacta e solidária, o que é bom sinal.
Individualmente, os melhores do América foram Enderson Moreira, que fez boas substituições; os zagueiros Rafael Lima e Renato Justi; Auro, Gerson Magrão, Matheusinho, Gustavo Blanco e Hugo Almeida. Os piores foram Alex Silva e dois remanescentes do fracasso de 2016: Tony e Ernandes.