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DA ARQUIBANCADA

Esperança é o que não falta

Essas partidas seguidas contra Flamengo, Atlético e Grêmio serão boas para que o atual time do América mostre a todos o seu real valor

postado em 17/02/2017 12:00 / atualizado em 17/02/2017 10:49

CARLOS CRUZ / AMÉRICA
Diante da maratona para enfrentar Flamengo, Atlético e Grêmio, um amigo me perguntou se eu acreditava em vitórias do América contra esses clubes. Disse a ele, literalmente, que o Coelho é uma incógnita: tanto podia levar balaiadas quanto conquistar vitórias convincentes e inesquecíveis. Quanto ao Flamengo, ele argumentou que o rubro-negro tem uma legião de torcedores em Brasília e que o Coelhão sofreria forte pressão por parte dos fanáticos flamenguistas. “Isso não é problema para nós, estamos acostumados”, retruquei. E lembrei a ele das semifinais e finais do Mineiro’2016, quando o América jogou uma vez com o Mineirão lotado de fanáticos cruzeirenses (36 mil pagantes) e outra com o estádio entupido de fanáticos atleticanos (48 mil pagantes). Resultado? Empates em 0 a 0 e 1 a 1 e o América campeão, pois derrotara os rivais nos jogos de ida por 2 a 0 e 2 a 1, respectivamente.

23:21 horas. Terminada a partida em Brasília, o placar de 1 a 0 para o Flamengo não confirma nenhuma das hipóteses apontadas no parágrafo anterior: o América não foi goleado e nem conseguiu uma vitória convincente e inesquecível. O time começou nervoso, falhou na defesa e sofreu o gol. Depois disso, equilibrou o jogo e teve chances para empatar. Infelizmente, logo no início do segundo tempo, Gérson Magrão foi expulso e o Coelhão passou 45 minutos atuando com um a menos. Situação difícil e desfavorável. Ainda assim, quase fez o seu gol. O empate teria sido heroico.

Já disse aqui que o grupo de 2017 parece ser mais qualificado que o de 2016. Mas isso só ficaremos sabendo de verdade com o correr do tempo e o passar dos jogos. Essas partidas seguidas contra Flamengo, Atlético e Grêmio serão boas para que o atual time do América mostre a todos o seu real valor. Merecerá nota oito ou apenas quatro? O 0 a 0 com a URT em casa e o 2 a 2 com a Caldense, em Poços de Caldas, deixaram o torcedor com a pulga atrás da orelha. O futebol apresentado não convenceu a ninguém.

Enderson Moreira ainda está buscando o esquema tático adequado. Na era Givanildo, o 3-5-2 funcionou muito bem em alguns jogos, mas com o atual treinador não deu certo. O modernoso 4-1-4-1, com o centroavante isolado na frente, também fracassou. Nas últimas partidas, o América se organizou em 4-1-3-2. Ressalto que, na Europa, os grandes times, em sua maioria, têm atuado com três atacantes: Messi – Neymar – Suárez, no Barcelona; Robben – Douglas Costa – Lewandowski, no Bayern, por exemplo. Para manter essa formação, além da qualidade excepcional dos atacantes, o time tem de ter alas que saibam defender e atacar, e um meio-campo muito acima da média. Evidentemente, não é o caso do América.

Porém, se o treinador se esforçar para treinar jogadas e posicionamentos e, mais que isso, conseguir que o grupo esteja sempre com o espírito de equipe em dia, jogadores medianos poderão se superar e surpreender os adversários com um futebol vistoso e eficiente. Aqui, esperança é o que não falta.

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