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DA ARQUIBANCADA

Há esperança, mas a realidade...

A derrota para o poderosíssimo Murici, do interior de Alagoas, é mais uma prova de que o caminho é de pedra

postado em 24/02/2017 12:00 / atualizado em 24/02/2017 10:33

Carlos Cruz/América

“Esperança é o que não falta” foi o título da coluna anterior, na qual se especulava sobre as chances do América nos jogos contra Flamengo, Atlético e Grêmio. Afirmei que o Coelho era uma incógnita: tanto podia sofrer goleadas quanto conquistar vitórias convincentes e inesquecíveis. No primeiro desafio, perdeu para o Flamengo por 1 a 0, placar aceitável dentro da normalidade de uma partida de futebol. Porém, no jogo com o Atlético, a hipótese de sofrer goleadas mostrou-se concreta e deixou o torcedor americano ‘pê da vida’ com o resultado final.

Analisando a partida, Enderson Moreira disse que “o placar não reflete o que foi o jogo, nossa equipe teve momentos que não foram bons, mas na etapa final estava em cima, perto do gol de empate, eles tentando segurar, e aí, num balão do goleiro, o Atlético acabou fazendo o terceiro gol; o quarto veio em um contra-ataque. A gente lamenta, jogamos para vencer e sair do estádio com esse resultado é frustrante com o que a gente produziu”.

O mundo do futebol tem umas máximas que, volta e meia, temos de repeti-las, já que se provam realmente sábias e verdadeiras. “O jogo só acaba quando termina” é uma delas e, neste momento, serve como luva para o treinador e os jogadores americanos que estavam em campo quando o terceiro e o quarto gols atleticanos foram feitos – aos 44min e aos 47min do segundo tempo. Como diz um verso da canção Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso, “é preciso estar atento e forte” não apenas nos 90 minutos da partida, mas também nos acréscimos definidos pelo árbitro.

De formas diferentes e complementares, vitórias e derrotas nos ensinam muito sobre futebol (e vida), trazem lições a cada jogo, a cada obstáculo superado ou não. Nas vitórias e nas derrotas, é essencial manter a humildade e os pés no chão, encarar acertos e erros como oportunidades para aprender e crescer. Aquele incômodo 1 a 4 deve servir, no mínimo, como objeto de reflexão para dirigentes, treinador e atletas do América.

Principalmente para os dirigentes, uma vez que 2016 começou doce e terminou amargo, e 2017, até agora, parece estar seguindo a trilha do amargor. A derrota para o poderosíssimo Murici, do interior de Alagoas, é mais uma prova de que o caminho é de pedra. Assim sendo, que presidente e conselheiros acordem de sua letargia e comecem de imediato a se preocupar com a qualidade do elenco. Sim, o Campeonato Mineiro é útil para que se façam experiências e já deu para ver que temos problemas em todos os setores da equipe. Portanto, senhores, junto com o treinador, encontrem rapidamente as soluções, sem os costumeiros e irritantes blábláblás presidenciais (o América vai jogar a Libertadores etc.) e “treinadorais” (culpa do gramado, do regulamento, da arbitragem etc.).

Quem sabe, contra o Grêmio, o América conquiste uma vitória convincente e inesquecível e engane a torcida e a realidade? Afinal, ainda estamos no meio do Mineiro e a Série B só vai começar em maio – é muito cedo para a morte da esperança.

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