Parabéns, Enderson Moreira!

A Série B’2017 está sendo, e pode ser até o fim, a mais disputada na era dos pontos corridos. O embolamento é acirrado no G-4 e segue igual até chegar ao Z-4. Diferentemente da Série A, onde o Corinthians aparece disparado na liderança com 10 pontos a mais do que o Palmeiras, quarto colocado, na Segundona os times estão emparelhados uns com os outros: o líder Guarani tem apenas três pontos a mais do que o Vila Nova-GO, na quarta posição. Já entre primeiros e segundos nas duas competições, em linguagem de corrida de cavalos, pode-se dizer que o Corinthians (29 pontos) tem alguns corpos de vantagem sobre o Grêmio (22), enquanto o Guarani (22 pontos) cruza a reta de chegada com apenas o focinho à frente do Juventude (22).

Terceiro na tabela de classificação, com 19 pontos, o América joga contra o Paraná (sétimo, com 16) em busca de ao menos um empate, o que já será bom, mas o ideal é a vitória e a soma de três pontos aos já conquistados. Curiosamente, os três times melhor classificados na competição têm o verde como cor predominante em seus uniformes: Guarani, Juventude e América. Verde também, o Goiás destoa de seus pares ao se posicionar na 14ª posição, com 14 pontos, mas duas ou mais vitórias seguidas poderão mudar o panorama.

Nesta Série B, a proximidade entre os times dá a cada jogo o sentido decisivo de uma balança que pesa a favor daquele que vence o maior número de partidas em casa e surpreende os adversários em seus estádios, conquistando vitórias e empates nos territórios “estrangeiros”. Como o campeonato é longo e desgastante, ocorrem contusões, suspensões e expulsões de atletas, o que obriga o treinador a substitui-los. Assim sendo, para um time se fixar no G-4 é fundamental:

1) Ambiente tranquilo no clube, salários em dia, sem perturbações desnecessárias;

2) Grupo equilibrado, com dois ou três jogadores qualificados em cada posição;

3) Time bem treinado tática e tecnicamente, capaz de se adaptar com rapidez às condições de cada confronto.

O ambiente está tranquilo no América? Sim, apesar da recente tentativa da Chapecoense de levar o Enderson Moreira para lá. A saída dele, neste momento, não seria nada boa para o equilíbrio do time. Vale o destaque: em um país no qual políticos no poder dão um show de horrores de falta de caráter e de compromisso moral com aqueles que, infelizmente, os elegeram, Enderson acertou ao recusar a proposta e merece elogios por sua atitude ética de manter válido o contrato com vigência até janeiro de 2018.

O grupo é equilibrado? Sim para o gol, zaga e meio-campo, mas ainda faltam laterais e goleadores, mesmo com a surpreendente melhora do futebol do Pará (espero que não seja fogo de palha de apenas uma partida) e da combatividade do Bill.

O time é bem treinado taticamente? No todo, sob o comando de Enderson Moreira desde julho de 2016, o América tem aproveitamento de 39,1%, fraco. Nesta Série B está em 57,6%, melhor o suficiente para garantir uma vaga à Série A. Tomara que o percentual cresça.