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DA ARQUIBANCADA

Até o apito final

Na B ou na A, a verdade nua, crua e óbvia é só uma: na era dos pontos corridos, cada jogo é uma decisão

postado em 28/07/2017 12:00 / atualizado em 28/07/2017 10:17

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Como se fosse treinado por Pep Guardiola, o América jogou um primeiro tempo perfeito, admirável, inesquecível contra o Figueirense: 3 a 0, um gol a cada 15 minutos, e poderia ter sido mais. Os catarinenses não viram a cor nem a marca da bola. Já no segundo tempo, nem tanto, mestre, nem tanto. Mas deu para o gasto e o placar final justo teria sido 4 a 1. Porém, nos acréscimos, o juizão trapalhão (o bandeirinha nada marcou) inventou um dos pênaltis mais mandrakes da história do querido ludopédio e o placar fechou em 4 a 2.

Nesse caso, atenção, CBF: bola no ombro não é mão na bola! Impressionante o erro ou a má intenção desse sujeitinho aí, responsável por diminuir na cara de pau o saldo de gols do Coelhão. Espero que seja punido, mas você acredita que isso vai ocorrer? Triste Brasil, triste futebol brasileiro. Metem a mão grande em Brasília, metem a mão grande no Independência e em muitos outros estádios. Temos de reagir.

Recordar é espernear: o América também foi prejudicado no empate com o Internacional, quando árbitro e assistentes ajudaram os gaúchos ao assinalar impedimentos inexistentes do ataque americano e ao não marcar pênalti escandaloso em Luan aos 29min do primeiro tempo. Ou seja, nos garfaram dois pontos. Mas, independentemente de arbitragens, o Coelhão está fazendo campanha de time que realmente quer conquistar uma vaga para disputar a Primeirona em 2018.

Porém, na 17ª rodada da competição e na liderança, o que não pode ocorrer de maneira alguma neste momento é a rapaziada se convencer de que está com a bola toda e começar a tirar do armário máscaras e sapatos de saltos altos para incorporar aquele modelito indigesto de time metido a besta e, em consequência, moralmente frágil e perdedor.

Incluído o de hoje, temos ainda 22 jogos a disputar. Bom mesmo será ver o grupo a manter forte o espírito de luta coletivo, a aplicação tática, a capacidade individual de superação física e a demonstração técnica de criatividade que começaram a praticar de 10 jogos para cá. Somente com essa vontade de vencer será possível buscar as vitórias que o América precisa para chegar lá.

Mas não basta subir. Tem de subir e ficar, o que dará ao clube certas vantagens:

1) Cota de TV muuuuuuito maior e grana farta no cofre: sabendo administrar, como faz a Chapecoense, dá para continuar na Série A;
2) Visibilidade nacional e internacional, o que valorizará a marca AFC;
3) Possibilidade real de ampliação do número de patrocinadores e/ou dos valores patrocinados;
4) Aumento de público no Independência e, em consequência, aumento na arrecadação.

Na B ou na A, a verdade nua, crua e óbvia é só uma: na era dos pontos corridos, cada jogo é uma decisão. Portanto, os jogadores têm de encarar esses 90 minutos de hoje à noite, contra o Juventude, como se fossem os últimos de suas vidas. Depois, é relaxar e pensar o mesmo em relação à partida contra o Londrina, na 18ª rodada. E assim por diante, moto-contínuo, vida que segue. Até o apito final.

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