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BOLADAS E BOTINADAS

A tática

postado em 09/05/2017 12:00 / atualizado em 09/05/2017 08:50

SON SALVADOR


Pelo visto, Mano Menezes pensou que o Atlético, por jogar no Horto, iria se lançar ao ataque, deixando espaço para o seu ataque, como dizem os entendidos, “flutuar”. Aliás, o termo não é bem empregado. Afinal, flutuar é ficar no ar. Mas, tudo bem, o time do Roger Machado investiu na defesa. Marcou mais, e fez lembrar o tempo em que jogava com Donizete, Pierre. Havia uma certa consistência no sistema de cobertura. Elias, embora reforçando a marcação pelo meio, teve maior liberdade, pôde atacar. O time do Mano Menezes não soube, principalmente no primeiro tempo, superar a rígida marcação. Tinha a posse de bola, mas não tinha como finalizar, não tinha espaço para tal. No segundo tempo, a coisa melhorou para a Raposa quando Alisson entrou para jogar em velocidade. Mas a presença do Ábila fez com que o time respirasse. Fez um belo gol e mostrou que merece a titularidade.

Mas o Atlético não se iludiu com a presença de sua torcida, conteve a empolgação e foi mais eficiente. Merecidamente conquistou o título.


LATERAL
Se o Diogo Barbosa não foi o lateral ofensivo que se esperava, o Atlético teve em Marcos Rocha um jogador acima da média. Tanto na marcação quanto no ataque foi muito bem. A jogada do segundo gol nasceu da sua voluntariedade. Tomou a bola do Sobis, driblou mais um adversário e entregou ao Cazares, que, num passe perfeito, serviu ao Elias. Está jogando muito.

SOBIS DESCE
O torcedor cruzeirense espera muito mais do Sobis. Nos últimos jogos, ele tem se dividido. Não sabe se joga bola ou se discute com o árbitro. Isso, durante algum tempo, passa a impressão de que a culpa de tudo é da arbitragem. Mas, aos poucos, percebe-se que ele tem falado muito mais do que jogado. Isso enerva o time, atrasa o jogo e não leva a nada. Talvez a responsabilidade de ser o chamado falso camisa 9 esteja pesando. Sobis atua melhor na criação de jogadas.

GOLAÇOS...
Dois gols muito bonitos. O do Robinho e o do Ábila. Um do Pedalada e outro de bicicleta. O do cruzeirense foi uma pintura.

VIOLÊNCIA
Rafinha foi bem na partida. Jogou em velocidade e foi quem mais tentou vencer a defesa atleticana. Vendo e revendo o lance em que o jogador do Cruzeiro levou o cartão vermelho, chego à conclusão de que foi agressão. Rafinha bateu com muita força o seu rosto no cotovelo do Adílson. E perto do árbitro.

DEBATE
Entre uma gelada e outra, a turma começou a discutir a questão do camisa 9. Houve gente dizendo que centroavante é coisa do passado, houve gente dizendo que sem ele não dá para ser um time vencedor. Orozimbo, encostado no balcão, só escutava. Entre um gole e outro, sorria, achava a conversa enfadonha. Até que alguém lhe fez a pergunta: “Diz aí, Oró. O que você acha desse assunto?”.  A resposta veio rapidinho: “Seguinte, o problema do falso 9 é que ele é falso”.  Falou e disse.

PERGUNTA
Me digam: o jogo é no  Horto, e alguns torcedores conseguem arrumar briga no Barreiro. Será problema no GPS? Ou não gostam de futebol? Fato é que o péssimo comportamento dos brigões serve de argumento para quem não quer ver os estádios lotados e com os torcedores de bem torcendo pelo seu time.

ARBITRAGEM
Pela dificuldade do jogo, pela rivalidade, até que o Igor Benevenuto foi bem. A expulsão do Rafinha foi um equívoco, e cartão vermelho para o Adílson seria dispensável. Aliás, nenhum dos dois cometeu falta tão violenta quanto a do Hudson no Marcos Rocha no começo da partida. Quem pisou na bola foi o bandeirinha, que deu impedimento naquele gol do Robinho. Como o Atlético venceu, vai ficar por isso mesmo, mas o equívoco poderia ter complicado a decisão.

SEGUINTE
Fica a lição. O jogo ocorreu no Horto com os 10% de torcedores do Cruzeiro. Mais do que justo. Então, aquela troca de farpas, aquela briga na semana que antecedeu a decisão, não fez nenhum sentido. Desde que haja organização, o estádio pode muito bem receber duas torcidas.

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