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BOLADAS E BOTINADAS

Acontece

postado em 29/08/2017 11:00 / atualizado em 29/08/2017 08:40


Alguns tropeços mostram toda a imprevisibilidade do Campeonato Brasileiro. Mas essa derrota do Corinthians diante do Atlético Goianiense foi incrível. Líder disparado, e com todas as chances de chegar ao título, o Timão ainda conta com boa gordura. Mas jogar no Itaquerão, diante de sua torcida, como favorito, e tropeçar foi demais. O segredo desse tipo de partida, que não é coisa apenas do Corinthians, é que algumas equipes entendem sua inferioridade, montam um sistema baseado na aplicação e na paciência. Ir ao ataque, só em velocidade e quando o adversário marcar bobeira. A bola “parada” se torna aquela chance de ouro. Então, o time de maior poderio técnico passa os 90 minutos como se estivesse rebatendo bola num paredão. O time goiano também contou com um goleiro inspirado. Já o Corinthians, nem quando desceu do salto alto conseguiu mudar a história do jogo. Sei, vão dizer que jogou desfalcado. Verdade, mas tropeçar em lanterna é coisa de quem está no escuro. Será que a fase boa acabou?

TÉCNICA

A solução para enfrentar uma equipe defensiva é a técnica individual. Alguém tem de driblar, criar, surpreender. Mas o nosso futebol é carente de craques. Mesmo as grandes equipes podem contar com bons jogadores, mas não com aqueles fora de série com capacidade para mudar o resultado de um jogo encardido. Até atrevimento falta. É muita gente se preocupando com o sistema tático e pouca fazendo o imprevisível.

PONTE QUE CAIU

O Atlético arrancou bom resultado em Campinas, numa partida em que não conseguiu jogar bem no primeiro tempo. Foi melhor no segundo. Mais uma vez, na primeira etapa mostrou aquele futebol que ilude muita gente. Posse de bola, passes laterais, correria. Além disso, a defesa falhou feio no gol da Macaca. Leo Gamalho recebeu cruzamento e subiu para cabecear sozinho. Teve tempo para olhar, calcular e marcar. Falha coletiva, do cruzamento à feitura do gol. A defesa ficou mais plantada que a grama.

BANCÁRIO

Robinho, entre os reservas, observava tudo. Segue sem jogar, sem acrescentar absolutamente nada ao Galo, mas, convenhamos: presta uma atenção danada. Houve gente que esperou sua entrada. Mas acho que não seria o dia nem o momento. Afinal, bastou ele entrar contra o Fluminense para o time levar o segundo gol.

PALPOS DE ARANHA

Otero pode não ser um craque, mas gosto da sua aplicação, da sua vontade em campo. Mais uma vez ele mostrou-se excelente cobrador de faltas. Não adianta culpar o Aranha. A bola mudou sua trajetória, parecia uma pipa sem rabiola, fez que ia para um lado e caiu no outro. O goleiro não tinha muito o que fazer. Ouvi alguém dizer que a bola dos tempos atuais é fabricada para complicar a vida dos goleiros. Sinceramente, esse pessoal não sabe o que foi jogar com uma bola antiga de couro, a G-18. Ela, quando bem chutada, era um perigo. Quando ocorria o encontro com o peito do goleiro, ouvia-se um estrondo. Era mais um acidente que uma defesa. Uma bolada daquela limpava o pulmão, curava até bronquite, era expectorante.

PEIXE

Pescar na Pampulha é mesmo complicado. Mas o Cruzeiro, depois de um primeiro tempo em que foi pescado, voltou para o segundo com um pouco mais de inspiração. Acabou conseguindo um empate depois de um belo lançamento do Lucas Silva para o Rafinha. A jogada foi tão bem-feita que a defesa santista não acreditou, ficou parada observando. Um golaço que segurou o time azul na zona de classificação para a Libertadores.

É ELE

Com pouco tempo em campo, De Arrascaeta mostrou sua importância para o elenco. É o tipo do jogador que complica a vida de qualquer defesa, sabe jogar em velocidade, tem visão de jogo, troca passes com eficiência. Está ainda em fase de recuperação da sua melhor forma. Mas será uma excelente opção para o treinador.

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