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Pontos cegos para escanteio

Anel superior, onde estão os problemas de visibilidade, ficou fechado para a torcida. Pouca demanda foi uma das justificativas

postado em 26/04/2012 08:44

Marcos Michelin/EM/D.A Press
A promessa de ingressos com 50% de desconto, ainda que com visibilidade parcial, pode ter atraído parte da torcida. Não foi dessa vez, contudo, que as polêmicas arquibancadas superiores do novo Independência puderam enfim ser conhecidas pelo grande público e até mesmo pela imprensa. Quem tentou subir as escadas rumo ao setor 3, onde está localizada a polêmica área, ontem, foi impedido por portões fechados e seguranças à espreita.

Criticado devido à existência de guarda-corpos de ferro – que prejudicam a visibilidade de 6 mil torcedores (ou 24% da capacidade da arena) –, o setor foi deixado de lado pela Arena Independência, pela Federação Mineira de Futebol (FMF) e pelo América. Inicialmente, por causa da ausência das câmeras de monitoramento de imagem exigidas por laudo do Ministério Público para estádios com capacidade superior a 20 mil torcedores. Com isso, o estádio ficou limitado a 10 mil lugares. Depois desse problema resolvido e de a capacidade subir para 23.018 pessoas, a demanda de ingressos passou a ser a justificativa para que a concessionária impedisse o acesso às arquibancadas da discórdia.

Em vez de torcedores, o que se viu no setor foram poucos funcionários da arena do Horto e bandeiras afixadas por torcidas organizadas do Coelho. A explicação dada pela Arena Independência é de que foram disponibilizados 10 mil ingressos para venda e que somente por volta das 20h de ontem o estado liberou a carga máxima, de 23.018 bilhetes. Até o início da partida foi registrado público total de 9.250 pessoas.

A informação da FMF, no entanto, foi outra. De acordo com a entidade, o espaço foi fechado ao público porque o América não demandou mais de 10 mil ingressos e não houve procura maior por parte da torcida, inclusive em função do horário do amistoso. Procurado, o clube não retornou ligação da reportagem para falar sobre o assunto. Já a Secopa declarou que não responde mais pelo Independência.

PASSANDO A BOLA Durante entrevista coletiva antes do jogo-teste, na segunda-feira, o secretário de Estado extraordinário da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, já havia afirmado que o problema da falta de visibilidade do anel superior passava a ser de responsabilidade da concessionária Arena Independência, a partir do momento da entrega do estádio. “A partir de quarta-feira (ontem) a Arena Independência será a responsável e vai buscar uma solução definitiva sobre esse assunto das grades”, disse Barroso.

O secretário acrescentou que a concessionária terá que elaborar um plano para melhorar a visibilidade e outras questões, como a segurança em dias de jogos. “Conforme acordado com o Ministério Público, será apresentado um planejamento até o dia 6 de junho, para que a gente possa fazer duas coisas: dar segurança e melhorar a visibilidade”, apontou Barroso, referindo-se às soluções técnicas que vem sendo estudadas pela Secopa e pela Arena Independência para corrigir o problema no setor de guarda-corpos de ferro.

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