Idoso guarda ingresso da final de 1950 e ganha um bilhete para a decisão de 2014

Cassio Zirpoli
Enviado especial

Rio de Janeiro - O carioca Joedir Sancho Belmont tinha 21 anos quando o Brasil perdeu o título mundial para o Uruguai no fatídico Maracanazo. Em 16 de julho de 1950, ele poderia ter sido um dos 200 mil espectadores presentes no estádio, que assistiram in loco ao gol de Ghiggia. Tinha o ingresso nas mãos. Contudo, a sua mãe havia adoecido em Conceição de Macabu. Claro, ficou cuidando dela, que semanas depois não resistiria.

O tempo passou, o Brasil ganhou cinco Copas do Mundo, mas a lembrança ficou. Joedir, hoje com 85 anos, manteve guardada a entrada da histórica partida. Na véspera da abertura do segundo Mundial no Brasil, ele decidiu encaminhar uma carta à Fifa, na Suíça. No envelope, escreveu um texto oferecendo o ingresso, pois tinha lido que a entidade planejava a construção de um grande museu para 2015. Pois bem. Joedir acabou recebendo um comunicando de volta, não só aceitando a doação, mas com uma "contrapartida".

Joedir ganhou um ingresso para a final da Copa de 2014, em 13 de julho. "Por motivos de força maior, não pude assistir ao jogo que perdemos com o gol de Ghiggia, mas agora vou poder assistir e espero que o Brasil vá à forra daquele 2 a 1", comentou o aposentado, nesta sexta, ao receber das mãos de Jérôme Valcke, o secretário-geral da Fifa, uma entrada de categoria 1, a mais nobre do estádio (e que custa R$ 1.980). Ainda ganhará outra cortesia, para um acompanhante.

Acompanhado do neto Vinícius, devidamente vestido com a uniforme da Seleção Brasileira (e que ganhou uma bola Brazuca), Joedir será um convidado de honra da entidade na decisão. "Eu deveria ter visto aquela final com dois primos mais velhos, que já faleceram infelizmente. Vou ver o jogo e ver o título, com eles ao meu lado, se Deus quiser", disse Joedir. Segundo Valcke, Joedir seria um dos únicos torcedores vivos que ainda tinham o ingresso da final, agora destinado ao museu na Suíça.