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ESPECIAL

O craque que encantou de Gabriel García Marquez a Roberto Drummond

Em uma de suas obras, Drummond criou um romance hipotético entre Heleno e Rita Hayworth

postado em 12/02/2012 06:04 / atualizado em 10/02/2012 22:25

O Cruzeiro
Renan Damasceno - Estado de Minas

O estilo galante no melhor estilo Rodolfo Valentino e a classe dentro e fora de campo fizeram de Heleno de Freitas um dos personagens favoritos de escritos e jornalistas. Na lista de fãs, se destaca o escritor colombiano Gabriel García Márquez, autor do clássico Cem Anos de Solidão e vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1983. O colombiano era jornalista do periódico El Heraldo quando Heleno foi contratado pelo Atlético de Barranquilla, em 1950. Na coletânea Obra jornalística - Vol. 1 - Textos caribenhos (Editora Record, 2006), foram selecionados dois textos do escritor sobre o jogador brasileiro: “O doutor De Freitas” e “Heleno de ponta a ponta”

Em Minas Gerais, a ficção "Quando fui morto em Cuba", de Roberto Drummond, criou um romance hipotético entre Heleno e Rita Hayworth, que viveu Gilda, nos cinemas – durante a carreira o jogador era chamado de "Gilda", pelos rivais, por ser genioso como a personagem vivida por Hayworth.

O que falaram do craque-galã:

“Em nenhum caso uma partida da qual participe Heleno tem probabilidade de se transformar num logro, porque vaiar, da mesma maneira como aplaudir, é uma forma coletiva de reconhecer publicamente um fato”.
Gabriel Garcia Márquez, escritor colombiano, vencedor do prêmio

“Heleno de Freitas tinha pinta de cigano, cara de Rodolfo Valentino e humor de cão raivoso. Nas canchas, resplandecia. Uma noite, perdeu todo o seu dinheiro no cassino. Outra noite, perdeu não se sabe onde toda a vontade de viver. E na última noite morreu, delirando, num hospício”
Eduardo Galeano, escritor uruguaio

“Heleno foi visitar um amigo doente. E então aconteceu o seguinte: todas as mulheres da casa, da avó à lavadeira, apaixonaram-se por ele.”
Nelson Rodrigues, jornalista e dramaturgo

“Heleno de Freitas, o craque das mais belas expressões corporais que conheci nos estádios, morreu, sem gestos, de paralisia progressiva e descansa, hoje, no cemitério de São João Nepomuceno, onde nasceu um dia para jogar a própria vida num match sem intervalo entre a glória e a desgraça.”

Amando Nogueira, jornalista

“O grande Heleno de Freitas, o deus das cabeçadas, que deslumbrou plateias do mundo, envergando, entre outras, as gloriosas jaquetas do Botafogo e do Boca Juniors. (...). Aquele que aqui na terra foi um deus, que multiplicou gols como se gols fossem peixes.”

Roberto Drummond, escritor e ex-colunista do Estado de Minas